Mercados

Por fiscal, BTG eleva projeção do dólar para R$ 5,40 no fim de 2020

Na visão dos economistas do banco, a queda de 6% da moeda no acumulado deste mês foi motivada por fatores externos; cenário interno segue preocupando

BTG revisa projeção do dólar de R$ 5,20 para R$ 5,40 para final de 2020 (Rick Wilking/Reuters)

BTG revisa projeção do dólar de R$ 5,20 para R$ 5,40 para final de 2020 (Rick Wilking/Reuters)

PB

Paula Barra

Publicado em 11 de novembro de 2020 às 17h04.

Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 17h12.

O BTG Pactual revisou nesta quarta-feira, 11, sua projeção para o dólar, de 5,20 reais para 5,40 reais ao fim de 2020. Na visão do banco, a queda de 6% da moeda frente ao real no acumulado deste mês até agora veio motivada por fatores externos, após a definição na eleição dos Estados Unidos puxar expectativas por novos estímulos monetários pelo Federal Reserve, mas não apaga os desafios fiscais que o Brasil tem pela frente. 

A política vai seguir dando o tom na bolsa? Vai. E você pode aproveitar as oportunidades. Assine gratuitamente a EXAME Research.

Do lado externo, os economistas Álvaro Frasson e Luiza Paparounis, do BTG Pactual, apontam, em relatório, que a vitória do democrata Joe Biden para a presidência dos EUA somado a tendência de maioria republicana no Congresso americano ampliaram as expectativas de maior atuação do Fed. “Dado que um pacote de estímulos fiscais mais robusto não deve ser aprovado em ambas as casas (um Senado republicano não apoiaria), o Fed fica pressionado para realizar novos estímulos monetários”, comentam.

Com isso, o Dollar Index (DXY), índice que compara o dólar a uma cesta de outras divisas fortes, registra forte queda este mês - o que tem reflexo nas moedas emergentes, como o real, que se apreciaram. 

Mas, olhando para cenário doméstico, “não há nada de concreto há comemorar”, dizem.

Para eles, a trajetória fiscal continua sendo o maior fator de risco tendo em vista a falta de habilidade política entre executivo e legislativo para travarem avanços das reformas. Além disso, lembram que, ao fim do ano, as agências de rating irão reavaliar a nota de crédito do País e, em caso de piora na perspectiva ou na nota, o risco-país deve se elevar, o que levaria o real a se desvalorizar frente ao dólar. No cenário-base, eles ainda esperam pela aprovação do Orçamento da União este ano, o que manteria a credibilidade fiscal para 2021.

Na atualização anterior da projeção, feita em setembro, os economistas do banco haviam mantido a estimativa do dólar em 5,20.

O mundo está mais complexo, mas dá para começar com o básico. Veja como, no Manual do Investidor.

Acompanhe tudo sobre:CâmbioDólareconomia-brasileira

Mais de Mercados

G20, pacote fiscal e balanço da Nvidia: o que move o mercado

Na corrida dos chips, Samsung anuncia recompra de ações e papéis sobem até 7,5%

Ternium x CSN: Em disputa no STF, CVM reforça que não houve troca de controle na Usiminas

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada