Uma das novas fábricas deve começar a operar no fim de 2012 e a outra no fim de 2014, segundo o comunicado da Duratex (Divulgação/Site)
Da Redação
Publicado em 19 de abril de 2011 às 17h08.
São Paulo – O mercado recebeu bem a notícia de que a Duratex (DTEX3), produtora de painéis de madeira e acessórios para construção, irá ampliar a capacidade de produção com a construção de duas novas fábricas painéis de madeira, conhecidos como MDF.
Serão investidos 1,2 bilhão de reais nos próximos cinco anos. A capacidade será de 1,2 milhão de metros cúbicos por ano. As novas unidades deverão aumentar a produção anual da companhia para 2,7 milhões de metros cúbicos. As ações da Duratex já subiram cerca de 4% nesta semana.
“A expansão deve adicionar valor a companhia e, em nossa opinião, terá impacto positivo sobre as ações da Duratex”, afirmaram em relatório os analistas Marcos Pereira, João Arruda e Daniel Fonseca da Votorantim Corretora. Eles destacam que a companhia está se preparando para atender o forte crescimento na demanda por painéis de madeira e, desta forma, consolidar sua posição como líder do segmento.
Uma das novas fábricas deve começar a operar no fim de 2012 e a outra no fim de 2014, segundo o comunicado da Duratex. As duas unidades devem elevar a receita líquida anual da empresa em 1 bilhão de reais.
Diante deste cenário, a Votorantim Corretora reforçou sua recomendação de compra para as ações da companhia, reiterando o preço-alvo de 23 reais até outubro de 2011, o que representa um potencial de valorização de 39,22% frente a cotação de fechamento de ontem (16,52 reais).
O Itaú BBA, por outro lado, colocou o preço-alvo da companhia em revisão, mas manteve a recomendação outperform (performance acima da média do mercado). Em relatório, a analista Renata Faber afirma que os investimentos propostos pela Duratex devem consolidar a posição da companhia, desencorajando os concorrentes a fazerem novos investimentos no futuro.
Ressalvas
Como pontos negativos do negócio, a analista do Itaú BBA cita três fatores. O primeiro deles é que o mercado já esperava pelo anúncio do programa de investimentos, mas não antes do fim de 2011. Desta forma, os desembolsos que deverão ser feitos pela companhia começarão em 2012 (para que o início da produção ocorra em 2014, conforme o previsto). “Considerando que a demanda deve crescer duas vezes o que estimamos para o Produto Interno Bruto (PIB), não haveria necessidade da companhia criar uma nova planta antes de 2014”, afirma Renata.
Outro fator, segundo a analista do Itaú BBA, é a esperada contração no mercado em 2011, o que pode impactar os negócios da companhia. Por último está a questão dos painéis de madeira serem produtos baratos. “Não estou convencida de que a demanda por MDF continuará a superar os pedidos por MDP (painéis produzidos a partir de partículas de madeira selecionada de eucalipto) nos próximos anos”, prevê a analista.