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Plano da Petrobras é o 1º passo para resgatar a confiança do mercado

“A empresa divulgou quase tudo que o mercado gostaria de ouvir”, diz a Votorantim Corretora

As ações da Petrobras acumulam baixa de aproximadamente 13% no ano

As ações da Petrobras acumulam baixa de aproximadamente 13% no ano

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Da Redação

Publicado em 26 de julho de 2011 às 12h53.

São Paulo – A aprovação do plano de negócios da Petrobras (PETR3; PETR4) animou os investidores na segunda-feira (25). As ações ordinárias e preferenciais da empresa subiram 2,19% e 2,3%, negociadas a 26,06 reais e 23,50 reais, respectivamente. É um pequeno fôlego para as ações, que acumulam baixa de aproximadamente 13% no ano.

A indefinição sobre a aprovação do plano de negócios era vista como um entrave para o desempenho das ações. “É um importante passo para recuperar a confiança dos investidores na administração da Petrobras”, afirmam os analistas Marcos Pereira, Daniel Fonseca e João Arruda, da Votorantim Corretora, em relatório publicado hoje. 

“A notícia é positiva para a Petrobras, uma vez que existia uma grande preocupação dos investidores quanto ao incremento dos recursos a serem investidos, principalmente com relação à distribuição entre os diversos segmentos”, ressalta Andrés Kikuchi, analista da Link Investimentos.

O plano, adiado por duas vezes, prevê investimentos de 224,7 bilhões de dólares até 2015. A revisão adiciona apenas 700 milhões de dólares ao anterior, que era previsto até 2014. Do total dos investimentos previstos, 57% serão destinados à área de Exploração e Produção, 31% para a área de Abastecimento e Refino, 6% para Gás e Energia, 1% para a área Corporativa, 2% para petroquímica, 1% para distribuição e 2% para biocombustíveis.

“Em nossa visão, a empresa apresentou quase tudo que o mercado esperava escutar em relação ao plano de negócios”, avaliam. Os analistas explicam que ainda não calcularam os efeitos do plano sobre as estimativas da empresa, mas que os exercícios preliminares levam a um aumento do preço-alvo, que atualmente está em 37 reais. A recomendação é de compra.

O destaque, lembra a Votorantim, é o foco dos investimentos direcionado para áreas com maior retorno.

Refino

A Petrobras anunciou também uma redução dos investimentos nas áreas de refino, transporte e comercialização (RTC), que passou de 73,6 bilhões de dólares para 70,6 bilhões de dólares. As áreas são vistas como de baixa rentabilidade.


“Esperávamos uma redução maior dos investimentos em RTC neste ciclo tanto em função do andamento dos projetos de ampliação de capacidade, como pela potencial redução do custo de construção das novas refinarias, o que aparentemente ainda não ocorreu”, explica Kikuchi, em relatório.

Endividamento

A empresa disse que precisará de uma necessidade de financiamento que pode variar entre 67 e 91,4 bilhões de dólares, considerando os dois cenários para o plano. O conservador, por exemplo, estima o preço médio do barril de petróleo a 80 dólares entre 2012 e 2015. O cenário B prevê um preço a 95 dólares. A primeira opção considera uma alavancagem média de 29% e a segunda de 26% para o período.

O plano destaca que a geração operacional de caixa se manterá como a principal fonte de financiamentos e será auxiliada por um plano de desinvestimentos e reestruturação de ativos de 13,6 bilhões de dólares. Os recursos adicionais, explica a Petrobras, virão da contração de novas dívidas. Para Leonardo G. Zanfelicio, da Concórdia Corretora, isso “demonstra que não será necessária uma nova captação de recursos via oferta pública primária de ações, fato este que pressionava o desempenho de suas ações no mercado”, diz ele em análise.

Se a aprovação do plano é o primeiro passo para reconquistar os investidores, "a grande dúvida é se a empresa conseguirá entregar tantos projetos conforme foi mencionado", explica Zanfelicio. O analista tem a recomendação de compra para as ações preferenciais da empresa, com um preço-alvo de 38,62 reais.

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