Planner: Embora o cenário não seja positivo para bancos de uma maneira geral, preferimos posições em bancos maiores no momento (Luciana Cavalcanti/EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 25 de abril de 2011 às 14h00.
São Paulo - A atual configuração da economia brasileira tem afetado cada vez mais os bancos médios, que são os principais prejudicados com as recentes medidas macroprudenciais adotadas pelo governo, principalmente no que dizem respeito ao aumento dos compulsórios, aponta o analista Francisco Ferrazi Kops, da corretora Planner. Além disso, os bancos médios ainda estão encontrando mais um problema: a dificuldade de captação no exterior.
“Atualmente há uma grande preocupação com o nível do dólar em relação ao real. Mas a grande dificuldade dos bancos médios está no fato de que houve uma forte captação no exterior por estes mesmos bancos, fazendo com que não haja mais espaço na carteira dos investidores para novas emissões”, explica o analista.
Como reflexo deste cenário, o Banco Pine (PINE4) e o Banco Bonsucesso suspenderam seus planos de captação devido ao excesso de ofertas de títulos em dólares por bancos brasileiros nos mercados internacionais. Recentemente, o Banco Cruzeiro do Sul (CZRS4) também sentiu o impacto em sua captação e conseguiu 150 milhões de dólares em títulos com vencimento em 2014, aproximadamente 25 milhões de dólares a menos do que o esperado, a um rendimento de 7,8%. “Uma captação menor e uma taxa maior”, lembra Kops.
O mais preocupante, segundo o analista, é que o ambiente para captações de empresas brasileiras continua positivo, o que é fundamentado pela grande captação recentemente feita pela Hypermarcas (HYPE3) (5,5 bilhões de dólares), por exemplo.
“Reforçamos nossa visão negativa para os bancos médios neste momento, já que estão sofrendo limitações de captação de recursos no exterior e no uso destes recursos devido ao aumento de reservas necessárias para empréstimos, o que faz os bancos emprestarem menos. Portanto, embora o cenário não seja positivo para bancos de uma maneira geral, preferimos estar posicionados em bancos maiores no momento” conclui o analista.