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Petz quintuplica venda online no trimestre e mira serviços como dog walker

Maior rede de pet shops do país obtém 25% das receitas com canais digitais e sustenta alta de 24% nas ações desde o IPO em setembro

 (Petz/Divulgação)

(Petz/Divulgação)

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Marcelo Sakate

Publicado em 27 de outubro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 27 de outubro de 2020 às 19h30.

Se o home office veio para ficar, os animais de estimação agradecem. Cachorros, gatos e outros pets ganharam companhia e relevância na cesta de consumo dos brasileiros. A Petz que o diga: a maior rede de pet shops do país dá novas mostras de que o fenômeno de crescimento do mercado pet é mais estrutural do que até os mais otimistas imaginavam, ao menos em um primeiro momento. É hora de comprar ações da Petz? Nossos analistas indicam as melhores ações para investir hoje. Confira!

A rede de pet shop apresentou números robustos no terceiro trimestre, divulgados na noite de segunda-feira, 26. Foi o primeiro resultado trimestral desde que realizou a sua oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) no início de setembro. As receitas brutas subiram 51% na comparação anual, para 450 milhões de reais. As vendas subiram tanto nas lojas físicas, algo esperado com a normalização dos horários de operação, como no canal digital, que teve crescimento de 393% em relação ao mesmo período de 2019.

O resultado e as perspectivas de crescimento estão se refletindo no mercado. As ações acumulam alta de 23,6% desde a estreia na bolsa em 10 de setembro. Esse percentual representa a valorização para o investidor que entrou na oferta, uma vez que venceu o lock-up, instrumento que impede a venda de ações por 45 dias depois do IPO.

"O canal físico já está com performance melhor do que no pré-pandemia, enquanto o digital superou as melhores expectativas", afirmou Sergio Zimerman, fundador e presidente da Petz, à EXAME. Segundo ele, havia uma avaliação de analistas -- e dos executivos em termos -- de que a normalização das unidades físicas pudesse, em termos proporcionais, fazer recuar a participação do canal online, o que não aconteceu.

Os canais digitais responderam por 25,5% das vendas totais, pouco acima da participação de 24,6% nos seis primeiros meses do ano. Na comparação anual, o peso relativo mais do que triplicou: era de 7,8% do total um ano antes. Antes da pandemia, a empresa estimava que poderia chegar a 20% das vendas pela internet em um período de cinco anos.

(EXAME Research/Exame)

As vendas online totalizaram 114,8 milhões de reais de julho a setembro. As vendas no conceito "mesmas lojas" subiram 32,3% na comparação anual, enquanto a geração de caixa operacional medida pelo Ebitda ajustado avançou 34,5%.

Novos donos de pets

Há duas situações que ajudam a explicar o crescimento das vendas digitais apesar da reabertura e da ampliação dos horários de funcionamento das lojas de rua e de shoppings. "Ganhamos share (participação) de mercado. Batemos recorde de clientes novos e tivemos capacidade de retenção dos mesmos no trimestre", afirmou o executivo.

Segundo ele, donos de animais passaram a comprar mais brinquedos e petiscos para seus animais com a pandemia e o tempo prolongado dentro de casa.

"O mercado mudou de patamar com a pandemia. Isso estimulou a humanização do tutor com o seu animal", afirma Diogo Bassi, executivo-chefe financeiro (CFO) da Petz. "Foi uma mudança cultural", completa.

Outro fator que ajuda a explicar o desempenho das vendas é o aumento do número de pessoas que decidiram comprar ou adotar um animal de estimação com a pandemia, uma informação qualitativa obtida por meio do cruzamento de diversas fontes, de vendas em kennel club (clubes de criadores) a consultas em casas especializadas em doação. Um em cada cinco novos clientes é novo dono de pet, segundo a rede varejista.

Os resultados trimestrais também mostraram uma forte presença da integração dos canais de venda: 80% é considerada omnichannel, o que significa dizer que são vendas digitais que passam pelas lojas físicas -- seja para despachar o produto ou para retirada presencial pelo consumidor que comprou pela internet. "É a equação em que oferecemos o maior nível de serviço com o menor custo", afirma Zimerman.

Dog walker na mira

Segundo ele, esse modelo possibilita a entrega de qualquer produto em até duas horas a clientes que estejam em um raio de cinco quilômetros de uma de suas 124 lojas físicas e isso se traduz em competitividade frente à concorrência, seja um pure player ou um concorrente que decida incluir a vertical de negócios de produtos pets em seu marketplace.

O presidente da Petz comentou ainda sobre novos planos em desenvolvimento. "Estamos muito animados com o investimento que estamos fazendo na plataforma pet solutions, que é o ecossistema para endereçar todas as questões que o tutor tem com o seu pet, como day care, dog walker, dog sitter", afirma Zimerman.

O fundador da Petz conta que os executivos da empresa avaliaram a DogHero para uma eventual aquisição, mas que desistiram por entender que o valuation não fazia sentido e que havia caminhos melhores tanto para o consumidor como para o investidor. A DogHero anunciou uma fusão com a empresa de e-commerce Petlove nesta segunda, 26.

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