Petróleo: os preços do petróleo chegaram a avançar mais de 3%, em reação à decisão da Arábia Saudita de cortar relações diplomáticas com o Irã (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 4 de janeiro de 2016 às 09h12.
São Paulo - Os futuros de petróleo operam em alta na primeira sessão de negócios de 2016, impulsionados por novas tensões no Oriente Médio, mas os ganhos são limitados por dados fracos da China, numa indicação de que este ano também promete ser volátil para a commodity.
Ao longo da madrugada, os preços do petróleo chegaram a avançar mais de 3%, em reação à decisão da Arábia Saudita, ontem, de cortar relações diplomáticas com o Irã, após manifestantes iranianos invadirem a embaixada saudita em Teerã, em protesto contra a execução do clérigo xiita Nimr al-Nimr, ocorrida um dia antes.
O surgimento de tensões entre Arábia Saudita e Irã reacendeu preocupações sobre a oferta do Oriente Médio, que é a maior região produtora de petróleo do mundo.
Além disso, a desavença pode comprometer a expectativa de que o Irã eleve suas exportações de petróleo a partir deste mês, como resultado do histórico acordo assinado com seis potências globais, no ano passado, para controlar o programa nuclear de Teerã.
"Os mercados estão monitorando de perto os desdobramentos - por enquanto, os conflitos são principalmente diplomáticos e não afetaram a oferta de petróleo na área, mas o prêmio de risco geopolítico aumentou", comentou Michael Poulsen, analista da Global Risk Monitor.
O rali do petróleo, porém, foi prejudicado por uma pesquisa que mostrou nova contração na atividade manufatureira da China, o segundo maior consumidor mundial da commodity, depois dos EUA.
O indicador ruim levou a principal bolsa chinesa, a de Xangai, a fechar em baixa de 6,9% nesta segunda-feira. No começo da manhã, as cotações do petróleo chegaram a cair, antes de voltarem a se recuperar nas horas seguintes.
Às 9h44 (de Brasília), o Brent para fevereiro subia 1,34%, a US$ 37,78 por barril, na plataforma eletrônica ICE, em Londres, enquanto o petróleo para o mesmo mês negociado na New York Mercantile Exchange (Nymex) avançava 0,46%, a US$ 37,21 por barril.
Em 2015, os preços do Brent tiveram queda acumulada de 35%, na terceira perda anual consecutiva, em meio ao descompasso entre a oferta excessiva e a demanda hesitante.
Na Nymex, o petróleo teve, no ano passado, a segunda desvalorização anual seguida pela primeira vez desde 1998.