Barris de petróleo: os preços reduziram suas altas em reação a notícias referentes à produção da Rússia e da Arábia Saudita e passaram a cair depois da divulgação dos indicadores de emprego nos EUA (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 2 de outubro de 2015 às 17h26.
Nova York - Os preços do petróleo chegaram ao fim desta sexta-feira, 02, em alta, em dia marcado pela volatilidade.
Os preços subiram à noite, no mercado asiático, em meio a preocupações com o envolvimento crescente da Rússia no conflito na Síria, onde as potências ocidentais, como EUA, Reino Unido e França, já estão intervindo há cerca de um ano.
Outro fator para aquele movimento de alta foi o posicionamento dos traders para a divulgação dos dados do nível de emprego nos EUA em setembro, que sairiam no meio da manhã.
Os preços reduziram suas altas em reação a notícias referentes à produção da Rússia e da Arábia Saudita e passaram a cair depois da divulgação dos indicadores de emprego nos EUA.
Eles voltaram a acelerar os ganhos no começo da tarde, depois do informe de que o número de poços e plataformas de produção em atividade nos EUA voltou a cair nesta semana.
Pela manhã, o governo da Rússia informou que o país produziu 10,74 milhões de barris de petróleo por dia em setembro, acima dos 10,58 milhões de barris de 2014; o Ministério das Finanças do país disse que os preços não vão se recuperar tão rapidamente como em 2008/2009 e deverão ficar em US$ 50 por barril em 2016 e em US$ 52 por barril em 2017.
Já o ministro do petróleo da Arábia Saudita, Ali al-Naimi, disse durante uma reunião de ministros da Energia dos países do G-20 que seu país vai continuar a investir no setor, apesar das quedas dos preços.
Nos EUA, o Departamento do Trabalho informou que foram criados 142 mil empregos em setembro, quando os economistas previam 200 mil; o número de postos de trabalho criados em agosto foi revisado para 136 mil, de 173 mil, e o de julho para 223 mil, de 245 mil.
O número médio de empregos criados nos últimos três meses ficou em 167 mil por mês, de 260 mil por mês no ano de 2014. A taxa de desemprego ficou em 5,1%, a mesma de agosto e em linha com a expectativa.
A taxa de participação na força de trabalho reduziu-se a 62,4%, de 62,6% em agosto. O salário médio por hora recuou US$ 0,01, ou 0,04% em relação a agosto, para US$ 25,09, com alta de 2,2% em comparação com setembro do ano passado.
"Supunha-se que estivéssemos em um ciclo forte de criação de empregos e o indicador ficou muito fora da expectativa. Isso reflete o fato de a economia estar enfraquecendo", disse Matt Smith, da ClipperData.
O dólar recuou diante das principais moedas em reação aos dados do emprego, o que contribuiu para dar sustentação aos preços do petróleo ao longo do dia.
No começo da tarde, a Baker Hughes informou que havia 614 poços e plataformas de produção de petróleo em atividade nesta semana nos EUA, com queda de 26 em relação à semana anterior.
É a quinta semana consecutiva de quedas no número de instalações em atividade, que havia atingido o pico de 1.609 em outubro do ano passado. Segundo a Baker Hughes, o número desta semana é o menor desde agosto de 2010.
A expectativa do mercado é de que os preços baixos levem a reduções nos investimentos no setor e a uma queda na produção, o que seria positivo para os preços no prazo mais longo.
Entre os derivados de petróleo, os contratos futuros de gasolina caíram 1,9%, devido à expectativa de que a demanda se reduza nos próximos dias na costa Leste dos EUA por causa do furacão Joaquin, de categoria 4 (ventos acima de 215 km/h), que entre ontem e hoje estava castigando as Bahamas e deverá chegar ao litoral dos EUA no domingo à noite ou na segunda-feira pela manhã.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), os contratos de petróleo bruto para novembro fecharam a US$ 45,54 por barril, em alta de US$ 0,80 (1,79%).
Na ICE, os contratos do petróleo Brent para novembro fecharam a US$ 48,13 por barril, em alta de US$ 0,44 (0,92%).