Cotação: às 9h38 (de Brasília), o petróleo para março subia 2,83%, a US$ 31,25 o barril, na Nymex (David Mcnew/AFP)
Da Redação
Publicado em 19 de janeiro de 2016 às 09h47.
Londres - Os contratos futuros de petróleo operam em alta nesta terça-feira, com investidores mostrando-se menos preocupados com a nova oferta do Irã.
Além disso, indicadores divulgados pela China mais cedo reforçaram a expectativa de estímulos nesse país, o que apoia as commodities.
Na segunda-feira, o barril do Brent atingiu nova mínima em 12 anos, com operadores reagindo à retirada das sanções contra o Irã, que poderiam levar à liberação de 500 mil de barris de petróleo ao dia do país, em um mercado já com excesso de oferta.
Hoje, porém, os contratos se recuperam, ainda que continuem em patamar fraco.
Às 9h38 (de Brasília), o petróleo para março subia 2,83%, a US$ 31,25 o barril, na New York Mercantile Exchange (Nymex), enquanto o Brent para março avançava 5,60%, a US$ 30,15 o barril, na ICE, em Londres.
Durante a noite o governo chinês informou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 6,9% em 2015, o menor crescimento desde 1990. Embora o indicador seja fraco, a reação dos mercados foi positiva por causa da visão de que o governo terá de tomar mais medidas para estimular a economia.
Além disso, alguns analistas comentaram que os números chineses também indicaram uma demanda forte do país pela commodity ao longo de 2015.
O dólar mais fraco ante várias moedas emergentes e commodities também beneficiava os preços do petróleo nesta terça-feira. Como o petróleo é cotado na divisa norte-americana, assim ele se torna mais atraente para os detentores de outras moedas.
Alguns analistas disseram que a queda da segunda-feira não reflete uma mudança nos fundamentos do mercado e que o petróleo do Irã já havia sido precificado no contrato do Brent há meses.
"Os atores do mercado estavam negociando a partir das manchetes, e não dos fundamentos, o que levou a uma queda no Brent ontem", afirmou Olivier Jakob, analista da Petromatrix, consultoria sediada na Suíça.
Analistas ainda mantêm a expectativa de uma reação no setor de petróleo, à medida que o preço baixo da commodity levar produtores que têm custos mais altos a reduzir a oferta.
A Venezuela decretou emergência econômica na sexta-feira, após ser divulgado que a economia do país sofreu contração de mais de 7%.
Na segunda-feira, o ministro do Petróleo de Omã disse que o país reduziria sua produção em até 10% para trazer estabilidade ao mercado, se outros fizerem o mesmo. Foi o primeiro país de fora da Opep a sugerir esse corte coletivo na produção.
O equilíbrio, porém, ainda parece distante no mercado. Nesta terça-feira, a Agência Internacional de Energia (AIE) previu um excesso de oferta de cerca de 1 milhão de barris ao dia em 2016. Segundo a entidade, a menos que mudanças ocorram, o petróleo pode cair, diante do excesso de oferta.
A AIE disse ainda que a desaceleração econômica na China e no Brasil também devem afetar a demanda pela commodity em 2016.