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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.
Nova York - Os preços dos contratos futuros do petróleo fecharam em alta, no maior nível dos últimos 17 meses na Bolsa Mercantil de Nova York (Nymex, na sigla em inglês), impulsionados pela fraqueza do dólar e por fatores técnicos, mesmo diante de dados do governo dos EUA que mostraram um aumento nos estoques norte-americanos de gasolina.
O preço do contrato do petróleo com vencimento em maio negociado na Nymex subiu US$ 1,39, ou 1,69%, para US$ 83,76 por barril - maior nível de fechamento desde outubro de 2008 -, com máxima de US$ 83,85 e mínima de US$ 82,22 durante a sessão. Na plataforma ICE, o contrato do petróleo tipo Brent para maio avançou US$ 1,42, ou 1,74%, para US$ 82,70 por barril.
"Estamos observando uma situação em que os fatores técnicos estão se tornando mais importantes do que os fundamentos", disse Jim Ritterbusch, presidente da consultoria Ritterbusch and Associates. Ele acrescentou que o valor do barril provavelmente tentará alcançar US$ 84 amanhã, numa tentativa de superar a máxima intraday de 2010, de US$ 83,95 por barril, atingida em 11 de janeiro.
O petróleo foi indiretamente auxiliado por dados da Automatic Data Processing que mostraram um corte líquido de 23 mil vagas no setor privado dos EUA em março. Analistas esperavam um crescimento de 50 mil postos de trabalho para o período. Normalmente, sinais de aumento no desemprego pesam sobre os preços da commodity, mas desta vez o indicador pressionou o dólar em relação ao euro, fator que tornou o barril mais barato para os detentores de outras moedas e estimulou as compras.
Mais cedo, no entanto, o mercado perdeu força devido a um relatório do Departamento de Energia dos EUA (DOE) que mostrou um aumento de 313 mil barris nos estoques de gasolina do país na semana encerrada em 26 de março, para 224,872 milhões de barris - o maior nível em 17 anos para o final de março.
A produção norte-americana de gasolina está aproximadamente 3,5% maior do que no ano passado, segundo o DOE, enquanto a demanda continua extremamente sensível à perspectiva de emprego nos EUA, já que os desempregados consomem menos combustível.
"Esse é o motivo pelo qual as pessoas estão nervosas - ainda é março e já estamos produzindo 9 milhões de barris (de gasolina) por dia", disse Andy Lebow, vice-presidente de energia da MF Global. De acordo com ele, os meses de abril, maio e junho serão decisivos para os preços do petróleo. As informações são da Dow Jones.