Petróleo: dados fracos na China, teste de bomba nuclear na Coreia do Norte e valorização do dólar fizeram a commodity despencar (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 6 de janeiro de 2016 às 10h12.
Londres - Os futuros de petróleo operam em forte queda nesta manhã, com o Brent chegando a atingir o menor nível em 11 anos, pressionados pela valorização do dólar, por comentários de uma autoridade iraniana e por novos dados fracos da China, o segundo maior consumidor mundial da commodity.
Além disso, a Coreia do Norte anunciou que realizou seu primeiro teste com uma bomba de hidrogênio, alimentando a aversão a risco e prejudicando o petróleo.
Na China, um indicador de atividade mostrou que o setor de serviços doméstico se expandiu em ritmo mais fraco em dezembro, segundo pesquisa da Caixin Media e da Markit. O dado foi a mais recente evidência da desaceleração econômica do gigante asiático.
O dólar, por sua vez, se fortalece ante a maioria das moedas, em meio a busca de segurança por investidores após o anúncio norte-coreano.
O mau humor também ganhou força após Mehdi Asali, que chefia o departamento de assuntos para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) do Ministério de Petróleo iraniano, ter comentado que o impacto de tensões recentes entre a Arábia Saudita e o Irã é a maior ameaça atual aos mercados de petróleo.
No fim de semana, o governo saudita executou um clérigo xiita, o que causou uma onda de indignação no Irã, de maioria xiita. Em seguida, a Arábia Saudita rompeu laços diplomáticos com o Irã, depois de manifestantes invadirem a embaixada saudita em Teerã.
A tendência de queda do petróleo ocorre apesar de a pesquisa do American Petroleum Institute (API, uma associação de refinarias) ter apontado uma significativa queda de 5,6 milhões de barris no volume de petróleo bruto estocado nos EUA na semana passada.
O levantamento oficial sobre estoques, do Departamento de Energia (DoE, na sigla em inglês) norte-americano, vai ser publicado hoje, às 13h30 (de Brasília), e a previsão dos analistas é de aumento de 300 mil barris.
Às 9h03 (de Brasília), o Brent para fevereiro caía 3,71%, a US$ 35,07 por barril, na plataforma eletrônica ICE, em Londres, após chegar a recuar mais de 4%, a US$ 34,83 por barril, o menor nível desde julho de 2004. Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo para o mesmo mês tinha queda de 2,56%, a US$ 35,05 por barril.