Mercado: petróleo está em baixa desde o início de junho devido a crescentes temores de que os EUA possam estar a caminho de uma recessão (thinkstock/Thinkstock)
Bloomberg
Publicado em 12 de julho de 2022 às 09h56.
O petróleo afundou após um surto de vírus na China e previsões de inflação mais alta nos EUA piorarem os temores de uma desaceleração econômica global. O West Texas Intermediate, petróleo de referência americano, perdeu até 5,5% para US$ 98.40 o barril. A diminuição da liquidez deixou os preços vulneráveis a movimentos mais acentuados ultimamente. O Brent na semana passada registrou sua terceira maior queda em valor absoluto de todos os tempos.
O pessimismo se espalhou pelas commodities com a notícia de aumento de casos de vírus na China e estimativas de que os dados de inflação nos EUA mostrarão uma nova máxima de quatro décadas. Um dólar mais forte também torna o petróleo menos atraente para os investidores e mais caro para os mercados emergentes.
O petróleo está em baixa desde o início de junho devido a crescentes temores de que os EUA possam estar a caminho de uma recessão, e bancos centrais em todo o mundo aumentam juros agressivamente para combater a inflação.
Por outro lado, o mundo passa por uma crise energética global e “talvez ainda não tenhamos visto o pior”, disse o diretor executivo da Agência Internacional de Energia, Fatih Birol. O primeiro relatório da Opep sobre 2023 não mostrou alívio para o aperto de oferta no mercado de petróleo.
“Mais do mesmo com commodities levando uma surra”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank. Também há preocupações de que o índice de preços ao consumidor americano na quarta-feira “possa surpreender novamente, assim como no mês passado. Com isso, corre-se o risco de um aumento ainda mais agressivo de juros debilitante.”
O presidente americano Joe Biden vai visitar a Arábia Saudita esta semana em uma viagem ao Oriente Médio. Ele busca domar os altos preços de energia que abalaram a economia global.
Os EUA acreditam que a Opep tem espaço para aumentar a produção se a próxima visita de Biden à região render algum acordo. O presidente da França, Emmanuel Macron, se reunirá com o líder dos Emirados Árabes Unidos na próxima semana para discutir o fornecimento de petróleo.
O mercado apertou este ano, em parte devido às sanções contra a Rússia após a invasão da Ucrânia. A secretária de energia dos EUA, Jennifer Granholm, deve se encontrar com seus pares da Austrália, Índia e Japão durante uma visita a Sydney, e usará as conversações para angariar apoio para a implementação de um teto sobre os preços russos.