A Petrobras acumulou alta de 15 por cento nos dias que se seguiram ao anúncio inesperado do reajuste de 5 por cento nos preços do óleo diesel nas refinarias (Mark Renders/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 12 de março de 2013 às 08h52.
São Paulo - O aumento inesperado no preço do diesel, que levou a Petróleo Brasileiro SA à maior disparada em quatro anos, está sendo ofuscado pela demanda recorde de combustível por parte dos agricultores, sinalizando perdas adicionais da estatal de petróleo com importações.
A Petrobras acumulou alta de 15 por cento nos dias que se seguiram ao anúncio inesperado do reajuste de 5 por cento nos preços do óleo diesel nas refinarias, em 6 de março. Foi o maior ganho em dois dias desde outubro de 2008.
As ações preferenciais caíram 27 por cento no último ano, em termos ajustados para dólar, tornando-as o segundo pior desempenho entre as maiores empresas de energia.
O aumento do diesel vai reduzir a diferença em relação aos preços internacionais para cerca de 10 por cento, o que significa que a Petrobras vai continuar a perder dinheiro porque continua a importar a preços mais altos para atender à demanda interna, disse Lucas Brendler, que ajuda a administrar R$ 5 bilhões na Geração Futuro.
Agricultores, caminhoneiros e carregadores irão adquirir mais diesel nos próximos trimestres para transportar a safra recorde de açúcar e soja aos consumidores dos Estados Unidos e da Europa, disse ele.
“O segundo e o terceiro trimestres são o período em que a maior parte da safra é exportada, a economia como um todo se expande”, disse Brendler em entrevista por telefone de Porto Alegre. “Esse aumento de 5 por cento ajuda, mas não resolve o problema principal de geração de caixa.”
A Petrobras tem como política alinhar preços domésticos com mercado internacional no médio e longo prazo, disse a empresa em comunicado em 5 de março. A companhia não quis comentar o impacto da agricultura na demanda do diesel e em seus lucros, disse a Petrobras em e-mail de resposta à Bloomberg News.