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Petrobras sob ameaça de renúncia e CPI, feriado nos EUA e o que mais move os mercados

Bolsas globais operam em direção mista em dia de mercados fechados na maior economia do mundo

Estatal é pressionada a rever sua política para controlar preços dos combustíveis (MAURO PIMENTEL/AFP/Getty Images)

Estatal é pressionada a rever sua política para controlar preços dos combustíveis (MAURO PIMENTEL/AFP/Getty Images)

BQ

Beatriz Quesada

Publicado em 20 de junho de 2022 às 07h03.

Última atualização em 20 de junho de 2022 às 07h48.

As bolsas globais buscam recuperação nesta segunda-feira, 20, com investidores ainda pesando os efeitos da nova alta de juros nos Estados Unidos no mercado global. As principais bolsas da China encerraram o dia em direções mistas, enquanto as europeias operam em leve alta.  

Na última semana, o Federal Reserve (Fed, banco central americano), elevou a taxa de juros do país em 0,75% – aumento mais duro que o esperado pelo mercado. O S&P 500, principal índice americano, encerrou a última semana em queda de quase 6%, em seu pior resultado desde 2020.

Enquanto os principais índices globais buscam recuperação, o dia é de mercados fechados nos Estados Unidos devido ao feriado de Juneteenth.

Desempenho dos indicadores às 7h (de Brasília):

  • Hang Seng (Hong Kong) + 0,42%
  • Shangai Composite (Xangai): - 0,04%
  • FTSE 100 (Londres): + 0,54%
  • DAX (Frankfurt): + 0,13%
  • CAC 40 (Paris): + 0,03%

Por aqui, o clima de aversão a risco contribuiu para a derrocada do Ibovespa, que encerrou a última sexta-feira abaixo dos 100 mil pontos, em seu pior patamar desde 2020. É possível, no entanto, que a bolsa brasileira tenha dificuldade em acompanhar o movimento de recuperação no exterior devido a um grande problema no front interno: a pressão sobre a Petrobras (PETR3/PETR4).

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Petrobras: possível renúncia e CPI

A Petrobras segue pressionada pelo governo a rever sua política de preços para diminuir o valor dos combustíveis. Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, o presidente da petroleira, José Mauro Coelho, pode renunciar hoje ao posto, adicionando ainda mais incerteza a um quadro que, na última sexta, derrubou as ações da companhia em 6%.

Vale lembrar que Coelho foi foi indicado e depois demitido por Bolsonaro após permanecer pouco mais de um mês no cargo. Ainda assim, é necessário um rito no conselho de administração para que saia efetivamente do comando da estatal. Uma eventual renúncia aceleraria o processo.

A temperatura aumentou após o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmar na sexta-feira que Coelho deveria renunciar “imediatamente”. No dia anterior, a Petrobras havia anunciado um reajuste de 14% no diesel e 5% na gasolina que entrou em vigor no fim de semana

Como resposta, o governo sugeriu que tentará a partir desta segunda-feira, 20, iniciar os trâmites para uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a estatal. Para além da discussão da política de preços, Lira ameaça implantar um imposto de exportação para compensar a alta dos combustíveis.

Renúncia no conselho da Eletrobras

A Eletrobras (ELET3/ELET6) informou em fato relevante que recebeu no último sábado, 18, a renúncia de nove de seus dez conselheiros de administração. A justificativa da saída dos executivos é abrir caminho para a eleição de um novo colegiado após a privatização da empresa na última semana 

Sete dos que renunciaram eram indicados da união, e dois eram indicados pelos minoritários. O único a permanecer no posto foi Carlos Eduardo Rodrigues Pereira, representante dos empregados, uma vez que o regime de eleição do representante dos funcionários tem um processo de eleição separado.

A companhia informou ainda que Rodrigo Limp, presidente da Eletrobras, renunciou somente ao cargo de conselheiro e permanece no comando da companhia.

Os conselheiros que renunciaram permanecerão no cargo até a posse dos novos conselheiros, que deverão ser eleitos em Assembleia Geral Extraordinária. A AGE convocada pela empresa ainda não tem data marcada para ocorrer.

CSN e Samarco?

A siderúrgica CSN (CSNA3) está de olho em uma possível aquisição da Samarco, segundo Lauro Jardim. Mineradora pertencente à Vale e à BHP, a Samarco está em recuperação judicial desde 2021.

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