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Da Redação
Publicado em 20 de junho de 2011 às 18h56.
São Paulo – As ações preferenciais da Petrobras (PETR4) atingiram uma marca nada positiva para os seus acionistas. Na última sexta-feira (17), os papéis encerraram negociados a 23,24 reais, ou seja, exatamente metade dos 46,48 alcançados em 21 de maio de 2008, data do nível mais alto já alcançado.
Em termos de valor de mercado, a queda se traduz em aproximadamente 350 bilhões de reais. Para comparação, o Ibovespa, que é o principal índice de ações da bolsa brasileira, marca uma desvalorização de 16% no mesmo período. O preço do barril do petróleo Brent, negociado em Londres, recuou do patamar dos 132 dólares para 111 dólares, uma queda de 16%.
“Analisando os números, fica evidente que a principal razão da queda não é a baixa do preço do petróleo, nem os resultados financeiros da Petrobras, mas a falta de governança”, ressalta Wagner Salaverry, gestor da corretora Geração Futuro. Um dos principais fatores que atrapalharam o desempenho dos papéis foi o processo de capitalização da empresa no ano passado.
A emissão de ações diluiu a participação de mercado dos acionistas à época e lançou dúvidas sobre o maior controle do governo sobre a companhia. Além disso, foi colocado em xeque o valor pago pelo barril pago no processo da cessão onerosa, cujo preço final ficou em 8,51 dólares para 5 bilhões de barris. Esse foi o valor pago pela Petrobras pelo barril a ser explorado na área do pré-sal. A capitalização chegou a 120 bilhões de reais.
“O governo conseguiu um feito inédito: fez uma empresa com bons resultados ir mal na bolsa”, diz Salaverry. O lucro líquido da Petrobras cresceu 42% no primeiro trimestre de 2011 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os ganhos somaram 10,985 bilhões de reais no período. Na comparação com o quarto trimestre do ano passado, o lucro líquido cresceu 4%.