Petrobras: para a XP Investimentos, se o reajuste de preços não acontecer no curto prazo, o abastecimento continuará sendo o maior problema da companhia (Ricardo Moraes/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de fevereiro de 2014 às 11h06.
São Paulo – A Petrobras começou o pregão de hoje entre as maiores quedas do Ibovespa. Esse é o primeiro após a divulgação dos resultados da estatal no último trimestre de 2013 e no ano passado. A ação preferencial (PETR4) caía 1,97% às 10:19 horas. A ação ordinária (PETR3) caía 1,66%, enquanto o Ibovespa caía 0,09%, a 46.672 pontos.
Em comentário diário, a XP Investimentos afirmou que o abastecimento segue sendo uma pedra no sapato da Petrobras. “Probabilidade de reajuste de combustíveis aumenta no intuito de reduzir a sangria que é o fluxo de caixa negativo todo trimestre, pois a alavancagem financeira da companhia aumentou e passou do teto estipulado pela própria diretoria financeira, que era de 35% dívida líquida/patrimônio, encerrando em 39% e uma dívida líquida / Ebitda de 3,52x, também bastante elevada para uma companhia que necessita realizar grandes investimentos”, afirma, em relatório. Para a XP, o reajuste de preços é uma saída para reduzir a alavancagem e, se não acontecer no curto prazo, o abastecimento permanecerá sendo o maior problema da companhia.
A Petrobras divulgou ontem, após o fechamento do mercado, seu balanço de 2013 e realiza nesta manhã a teleconferência sobre os números.
O lucro líquido do quarto trimestre ficou acima das estimativas do mercado, beneficiado pelo aumento dos preços dos combustíveis no Brasil, segundo a empresa. No último trimestre, a Petrobras obteve lucro líquido de 6,281 bilhões de reais. Na comparação com o mesmo período de 2012, o lucro recuou 18,9%.
Apesar da queda no quarto trimestre, o lucro líquido do ano, após dois anos consecutivos de queda, reverteu a tendência negativa e fechou 2013 em 23,570 bilhões de reais. O montante representa uma expansão de 11,3% sobre 2012, mas representa o segundo pior resultado desde 2008.
A estatal também anunciou ontem seu plano de investimentos para os próximos anos. A Petrobras prevê investir 220,6 bilhões de dólares entre 2014 e 2018. O objetivo é chegar a uma produção média de petróleo de 4 milhões de barris diários entre 2020 e 2030. O valor ficou abaixo do teto previsto no plano de negócios anterior (2013-2017), de investimentos de 236,7 bilhões de dólares.
No ano, a queda do papel é de 16%.