Na semana passada, o Ibovespa - principal benchmark brasileiro - acumulou perda de 2,14%. No mês, a queda é de 1,96% e, no ano, de 5,82% (Germano Luders)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2011 às 05h23.
São Paulo – Em uma semana fraca de dados econômicos no exterior, as atenções no Brasil estarão voltadas aos cortes previstos no orçamento por parte do governo, além da divulgação de indicadores econômicos domésticos, principalmente referentes à inflação.
No cenário internacional, a publicação de resultados corporativos, a decisão sobre a taxa básica de juros na Inglaterra e o discurso do presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Ben Bernanke, concentram os olhares dos investidores.
Mercado doméstico
Esta semana começa no Brasil com os dados de inflação. Na terça-feira (8) serão divulgados o IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal), referente a semana terminada em 7 de fevereiro, e o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna), referente a janeiro.
A aposta da Gradual Investimentos para este último indicador é de variação positiva de 0,88%. Já a Prosper Corretora espera por uma taxa de 0,99%. Ambas as cifras são superiores frente a taxa de 0,38% registrada em dezembro de 2010.
Ainda na terça-feira, o mercado acompanha os dados do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). A expectativa da Prosper e da Gradual é de que o indicador, referente a janeiro, fique em 0,85%, bem acima dos 0,63% alcançados na medição anterior.
O último indicador de inflação está previsto para a quarta-feira (9): IPC-Fipe, referente a primeira quadrissemana de fevereiro. O Índice de Preços ao Consumidor, que calcula a inflação na capital paulista, deve ficar em 1,16%, contra 1,03% registrados um mês antes, segundo prevê a Gradual.
Destaque da semana
Os cortes do orçamento - previstos para serem anunciados pela ministra do Planejamento, Miriam Belchior, entre os dias 10 e 12 de fevereiro – também concentram as atenções do mercado.
“Esse anúncio costuma ocorrer em março, porém deve ser feito antes para que a presidente Dilma possa mostrar que lutará para atingir a meta de superávit primário esse ano, de 3,0% do PIB, e assim conter as expectativas inflacionárias, que tem subido, em parte, por descrença quanto a isso”, afirma em relatório a equipe do Banco Fator, liderada pelo economista-chefe José Francisco de Lima Gonçalves.
Para Eduardo Velho, economista-chefe da Prosper Corretora, o mercado está dividido e cauteloso quanto ao contingenciamento do orçamento federal. “Muitos analistas e investidores acreditam que o ajuste fiscal vai ficar abaixo do esperado e, por conta disso, o superávit fiscal não vai ficar dentro da meta. Em minha opinião, uma redução de apenas 50 bilhões de reais não deve agradar a ninguém”.
“No entanto, eu acredito que o governo fará um corte expressivo, conforme a coleta de dados e análise de informações que realizamos. Apostamos em uma redução de até 64 bilhões de reais, apesar de que uma diminuição de 60 bilhões de reais já seria bem aceita pelos economistas”, estima Velho.
Oportunidades
Nesta semana o mercado interno também acompanha a precificação das ações da construtora Queiroz Galvão, que ocorrerá na segunda-feira (7). O valor deve ficar entre 23 reais e 29 reais, conforme estimam os coordenadores do IPO (Oferta Inicial de Ações, na sigla em inglês). Já na quarta e sexta-feira, será a vez da Magnesita e da Direcional Energia, respectivamente, terem suas ações precificadas.
Estados Unidos
Na maior economia do mundo, o grande destaque da semana é o discurso de Ben Bernanke, presidente do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), previsto para quarta-feira.
“Ele não deve surpreender. Na quinta-feira passada (3) Bernanke fez um discurso sobre perspectivas econômicas e enfatizou que a economia americana está se acelerando. No curto prazo, não vejo a possibilidade de mudanças na política monetária, principalmente por conta da inflação e do desemprego”, afirma Eduardo Velho da Prosper Corretora.
A temporada de divulgação de balanços nos Estados Unidos continua, com Hasbro (2ª feira), Sara Lee, NYSE Euronext, Walt Disney, McAffe, Avon (3ª feira), Coca-Cola, Pólo Ralph Lauren, Cisco Systems (4ª feira), Goodyear, Pepsico, Sprint Nextel, Bunge, Kraft Foods, Phillip Morris (5ª feira).
Europa
No Velho Continente, as atenções estarão voltadas na quinta-feira para o Banco Central da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que decidirá sobre o futuro da taxa básica de juros no país, atualmente fixada em 0,50% ao ano. A projeção do mercado é de que a autoridade monetária irá manter a taxa básica no atual patamar.
“A ata da reunião mais recente mostrou que agora são 2 membros dos 9 que votaram por alta na taxa de juros devido ao aumento da inflação. É importante observar qualquer mudança no comunicado”, alerta a equipe do Banco Fator.
“Há uma visão clara na Europa de que o BoE elevará primeiramente a taxa básica de juros em relação ao BCE (Banco Central Europeu). Acredito que esta alteração deve ocorrer apenas no final do segundo semestre de 2011”, projeta o economista-chefe da Prosper Corretora.
Portfólio: Ações de varejo: o bonde já passou?
Direto da Bolsa: Pregão de valorização para Redecard e Cielo - 2ª Edição