Copom vai se reunir pela primeira vez na gestão Tombini nesta quarta-feira (Divulgação/Banco Central)
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2011 às 17h20.
São Paulo – O mercado vai orbitar em torno dos números sobre a inflação na semana que vem, cujo calendário de indicadores traz importantes marcos. No Brasil, o destaque é a primeira reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) do ano e do novo governo. Sob a gestão de Alexandre Tombini, a reunião do comitê anunciará a nova taxa básica de juros (Selic) na quarta-feira (19).
Será uma prova de fogo para a nova presidência, diz o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos. “Ainda que o aumento da Selic não seja supresa, a reunião serve como teste independência do Banco Central. Acredito que o BC será mais reticente nessa intervenção, uma vez que ao a ordem do dia, ao que parece, é mexer no câmbio”, diz Perfeito. O economista projeta alta de 50 pontos-base, mesma opinião de parte do mercado. “O número em si não será surpresa”, diz.
Para o analista Marcelo Varejão, da Socopa Corretora, no entanto, o tamanho do aperto monetário não está totalmente garantido. “Não se pode ter certeza se o aumento será de 25 ou 50 pontos-base. A decisão vai trazer uma oportunidade de conhecer o tom que o Tombini dará à sua gestão”, afirma.
A semana nacional traz ainda o IGP-10 às 8 horas da segunda-feira (17) e IPC-Fipe na terça-feira (18) às 8 horas. A expectativa para os números é de aceleração ainda mais acentuada, num provável reflexo do impacto das fortes chuvas do sudeste na produção agrícola. “Os índices nacionais vão sentir isso pelas próximas semanas, certamente”, afirma Perfeito.
China é destaque no calendário externo
É ainda a inflação o ponto alto do calendário externo: dessa vez, os números da economia chinesa roubam a atenção do mercado na próxima quinta-feira (18). As bolsas mundiais devem refletir o resultado da inflação de dezembro para o país, divulgada à meia noite, junto com o PIB do quarto trimestre e produção industrial. “O mercado teme que a inflação seja um problema maior que o esperado. Não adianta muito a economia crescer como um todo, se a preocupação com a inflação continuar na pauta”, aponta Perfeito. Já em caso de resultados otimistas tanto para PIB e para a inflação, é provável que as bolsas mundiais ganhem fôlego na quinta-feira, afirma.
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