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Payroll nos EUA, sinais de reabertura na China, reação a balanços e o que mais move o mercado

Rumores de reabertura na China impulsionam bolsas internacionais, enquanto investidores aguardam por dados dos EUA

Placa de "estamos contratando" em supermercado americano: mercado prevê alta de 200 mil empregos urbanos em outubro (Chet Strange/Bloomberg via/Getty Images)

Placa de "estamos contratando" em supermercado americano: mercado prevê alta de 200 mil empregos urbanos em outubro (Chet Strange/Bloomberg via/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 4 de novembro de 2022 às 07h36.

Última atualização em 4 de novembro de 2022 às 07h49.

Bolsas internacionais iniciaram esta sexta-feira, 4, em alta em meio a esperanças de suavização das políticas de covid zero na China. O rumor, que ganhou força nesta semana a partir de boatos sobre a criação de um comitê para avaliar a queda de restrições, foi renovado com informações da Bloomberg de que o país planeja aumentar o número de voos internacionais e encerrar as penas para companhias aéreas que tenham transportado passageiros contaminados para a China.

De acordo com fontes da reportagem, a China está planejando regras para suavizar as restrições, sendo que o próximo passo será a normalização do tráfico aéreo.

A perspectiva de uma abordagem mais branda no controle do vírus provocou grande euforia no mercado asiático, com investidores projetando o aquecimento da segunda maior economia do mundo.

A bolsa de Hong Kong saltou mais de 5% nesta madrugada, com o bom humor se espalhando para os mercados ocidentais. O minério de ferro negociado na China subiu quase 5% -- podendo servir de gatilho para as ações da Vale (VALE3) neste pregão. Com a valorização, a commodity fechou a semana em alta, encerrando a sequência de três perdas semanais, segundo a Reuters.

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Desempenho dos indicadores às 7h30 (de Brasília):

  • Dow Jones futuro (Nova York): + 0,57%
  • S&P 500 futuro (Nova York): + 0,73%
  • Nasdaq futuro (Nova York): + 0,82%
  • DAX (Frankfurt): + 1,43%
  • CAC 40 (Paris): + 1,91%
  • FTSE 100 (Londres): + 1,22%
  • Stoxx 600 (Europa): + 1,22%
  • Hang Seng (Hong Kong): + 5,36%

Payroll nos EUA

O bom humor do mercado internacional, no entanto, pode mudar -- ou ser amplificado -- dependendo da bateria de dados oficiais do mercado de trabalho americano previstos para esta manhã. A expectativa do mercado é de que o payroll (relatório de empregos urbanoS) de outubro seja o mais fraco desde janeiro de 2021, com a criação de apenas 200.000 vagas no mês. Em setembro, foram criadas 263.000, levemente acima do consenso, que era de 250.000.

Para os dados de hoje, o mercado ainda espera uma alta na taxa de desemprego dos Estados Unidos de 3,5% para 3,6% e desaceleração no aumento do salário por hora trabalhada de 5% para 4,7% de alta na comparação anual.

Os números serão acompanhados de perto pelos investidores, na tentativa de entender quais devem ser os próximos passos do Federal Reserve (Fed). Dados que indiquem um mercado de trabalho mais fraco que o esperado tendem a fortalecer as apostas de uma alta de juros mais branda na próxima decisão, em dezembro -- o que poderia dar um novo impulso às bolsas de valores.

Em decisão desta semana, o Fed sinalizou que pode haver espaço para uma redução do ritmo do aperto monetário no fim do ano, mas o mercado ainda segue dividido entre mais uma alta de 0,75 p.p. (a quinta seguida) e um ajuste mais brando de 0,5 p.p. em dezembro.

Resultado da Petrobras

Além dos fatores macroeconômicos, no Brasil, investidores devem repercutir neste pregão a série de balanços divulgados na última noite. O mais relevante foi o da Petrorbas (PETR4). A estatal, com o segundo maior peso do Ibovespa, registrou R$ 46 bilhões de lucro líquido no terceiro trimestre, 48% a mais que no mesmo período do ano passado. O lucro, no entanto, ficou 15,2% abaixo do apresentado no trimestre anterior, quando o preço do barril de petróleo alcançou as máximas do ano. A companhia também apresentou na véspera a distribuição de dividendos na proporção de R$ 3,3489 por ação ordinária e preferencial.

Leia mais: Lucro da Petrobras (PETR4) sobe 48% no 3º tri, para R$ 46,1 bilhões

Balanços das varejistas

A última noite ainda foi marcada por resultados do setor de consumo. Uma das principais varejistas de moda do país, as Lojas Renner (LREN3) aumentou seu lucro líquido em 50% na comparação anual para R$ 258 milhões. A administradora de shoppings Multiplan (MULT3), que também apresentou balanço na última noite, elevou seu lucro em 87,2% para R$ 186 milhões.

Leia mais: Renner tem lucro 50% maior, de R$ 257,9 mi, com efeito não recorrente e frio prolongado
Leia mais: Multiplan: lucro líquido cresce 87,2% no 3º trimestre, para R$ 186,098 milhões

Por outro lado, Alpargatas (ALPA4) e GPA (PCAR3) apresentaram números piores que no terceiro trimestre do ano passado. Impactada pelo efeito das operações com a Rothy's, a empresa da marca Havaianas viu seu lucro líquido cair 71,5% no último trimestre para R$ 44,9 milhões. Já a dona do Pão de Açúcar e Extra aumentou seu prejuízo líquido em 221% no período para R$ 296 milhões, puxado pelas despesas atreladas às dívidas da companhia.

Leia mais: Com volume menor de vendas no 3º tri, Alpargatas vai mirar na compra por impulso
Leia mais: GPA (PCAR3): prejuízo líquido salta 221% e chega a R$ 288 milhões no 3º tri

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