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Para Santander, 2º tri vai ser de resultados das empresas no 'fundo do poço'

No entanto, banco diz que números fracos já são esperados por investidores e que revisões positivas nos lucros para 2024 já estão em andamento

Bradesco: banco deve ser um dos pontos fracos da temporada de balanços, com pico de inadimplência no 2º tri de 2023 (Germano Lüders/Exame)

Bradesco: banco deve ser um dos pontos fracos da temporada de balanços, com pico de inadimplência no 2º tri de 2023 (Germano Lüders/Exame)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 25 de julho de 2023 às 11h28.

A equipe do Santander não está tão otimistas com os resultados das companhias no segundo trimestre, cuja temporada de divulgação começou agora. Entre as empresas cobertas pelos analistas do banco, a expectativa é de números fracos afetados por preços mais fracos das commodities e por uma desaceleração da atividade econômica.

Em relatório sobre a temporada, o banco diz que os resultados devem chegar ao "fundo do poço", mas com as perspectivas positivas já aparecendo e promovendo revisões para 2024.

"Embora esperemos uma queda média de 6,3% na receita, uma queda de 21,4% no Ebitda e uma diminuição de 32,3% no lucro líquido para nosso universo de cobertura, em relação ao ano anterior, acreditamos que a maior parte dessa notícia negativa já é esperada pelos investidores. Além disso, acreditamos que os resultados podem estar atingindo o fundo do poço, e revisões positivas nos lucros para 2024 já estão em andamento", escrevem os analistas.

Segundo eles, Smartfit (SMFT3), Nubank (NU; NUBR33) e Itaú Unibanco (ITUB4) podem ser destaques positivos, enquanto Suzano (SUZB3), Bradesco (BBDC4) e Lojas Renner (LREN3) devem ser os pontos fracos desta temporada de resultados.

Transporte indo bem e varejo pressionado

Mais uma vez, o setor de transporte pode apresentar o desempenho mais forte neste trimestre, impulsionado por Localiza, Rumo e Vamos, com o Ebitda e o lucro líquido do setor aumentando em média 35% e 273% na base anual, respectivamente, de acordo com a equipe.

Para os bancos, o Santander espera um crescimento médio de 2% no lucro líquido em relação ao ano anterior. "Nossa previsão de fraco desempenho do setor se deve principalmente a uma queda substancial no lucro líquido do Bradesco." Em relação à inadimplência, os analistas afirmam que o  Itaú continua atento à qualidade dos ativos, embora o pico de inadimplência já tenha passado. "Para o Banco do Brasil e o Bradesco, acreditamos que o pico de inadimplência ocorreu no segundo trimestre."

Esse também foi um trimestre difícil para as empresas de metalurgia e mineração, devido à pressão contínua nos custos e aos preços mais baixos das commodities. "Nesse sentido, observamos que os preços médios do minério de ferro caíram 9% em relação ao trimestre imediatamente anterior." Eles apontam a Vale como a melhor empresa do setor, com seu Ebitda atingindo aproximadamente US$ 4,0 bilhões (aumento de 13% em relação ao trimestre anterior, embora seja uma queda de 27% na base).

Para as siderúrgicas, a pressão contínua nos custos e os preços em queda provavelmente impulsionarão resultados mais fracos em relação ao primeiro trimestre. Entre abril e junho, os preços médios do aço plano no Brasil aumentaram 3% em relação ao trimestre imediatamente anterior, enquanto os preços do aço longo diminuíram 6%. Em relação à demanda, em abril e maio de 2023, as vendas domésticas de aço caíram 5% em relação ao ano anterior , com a demanda de aço longo ficando abaixo da demanda por aço plano.

Por fim, os analistas esperam uma temporada de resultados fraca para as varejistas. Entre as companhias acompanhadas por eles, há o efeito do ambiente macroeconômico desafiador e de bases de comparação difíceis em vários casos. "Como resultado, prevemos que cerca de 32% das empresas apresentarão uma queda no Ebitda em relação ao ano anterior, apesar da sazonalidade geralmente mais forte do segundo trimestre em comparação com o primeiro", escrevem. Além disso, eles preveem que a maioria das empresas apresente maiores despesas financeiras, com cerca de 42% das empresas sob cobertura registrando prejuízos líquidos no trimestre.

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