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Para Henrique Meirelles, mercado financeiro demorou a fazer mudanças

Ex-presidente do BC diz que o open banking deve levar a uma maior desintermediação do setor financeiro com fintechs e investidores

Henrique Meirelles, secretário de estado da fazenda e planejamento de São Paulo: "antes, os bancos eram donos das informações; agora, o proprietário de sua história é você" (Paulo Whitaker/Reuters)

Henrique Meirelles, secretário de estado da fazenda e planejamento de São Paulo: "antes, os bancos eram donos das informações; agora, o proprietário de sua história é você" (Paulo Whitaker/Reuters)

NF

Natália Flach

Publicado em 3 de dezembro de 2019 às 10h02.

Última atualização em 3 de dezembro de 2019 às 13h04.

São Paulo - Apesar dos bilhões de dólares investidos em inovação, o mercado financeiro demorou a promover mudanças. Essa é a opinião de Henrique Meirelles, secretário de estado da fazenda e planejamento de São Paulo e ex-presidente do Banco Central brasileiro, em evento do escritório Focaccia, Amaral e Lamonica Advogados, na manhã desta terça-feira (3). Para Meirelles, o comércio avançou muito mais rapidamente com as vendas on-line, assim como o segmento de mobilidade urbana, que se transformou com o advento dos aplicativos de carros, tal qual Uber e 99.

Segundo ele, a mudança no mercado financeiro vem pelo avanço das fintechs e dos próprios bancos "que obviamente não estão parados". "É uma modernização muito grande. Acho que o open banking é um avanço muito grande, quase uma evolução", afirma.

Open banking ou sistema bancário aberto se refere à possibilidade de instituições financeiras - não apenas bancos - acessarem informações dos consumidores (com seu consentimento, é claro). Os clientes, portanto, podem fazer portabilidade de seus dados. "Antes, os bancos eram donos das informações; agora, o proprietário de sua história é você. Mas era necessário mais do que tecnologia, precisava de um arcabouço jurídico."

Para Meirelles, esse movimento vai levar a uma maior "desintermediação" do setor financeiro, permitindo que investidores "comprem" diretamente o crédito, desde que haja uma celeridade da recuperação de crédito e que hajam garantias. "As novas gerações estão se orientando nesse sentido."

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