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Para AIE, preço de petróleo deve continuar caindo

De acordo com a Agência Internacional de Energia, o preço do petróleo deve cair mais até o fim de 2014


	Refinaria de petróleo: para AIE, preço de barril deve continuar caindo
 (Getty Images)

Refinaria de petróleo: para AIE, preço de barril deve continuar caindo (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 18 de outubro de 2014 às 10h21.

Genebra - A Agência Internacional de Energia estima que o preço do petróleo deve cair ainda mais até o fim do ano, mas alerta que a tendência está sendo reforçada também por produtores como pela fragilidade da economia mundial.

Nesta semana, a entidade provocou um terremoto ao rever para baixo a estimativa de demanda de energia no mundo. Mas a agência, com sede em Paris, alerta que a tendência de redução de preços ainda não terminou e países que financiaram por anos suas contas com a ajuda do barril de petróleo devem sofrer em 2015, entre eles Rússia, Venezuela e Irã.

"A queda recente de preços parece estar ligada tanto à demanda quanto ao fornecimento", declarou a AIE, em estudo interno obtido pelo Estado.

Para a AIE, a estimativa é de que o "crescimento da demanda atingiu um limite" e, diante de uma economia internacional fragilizada, não se deve esperar um grande salto no consumo nos próximos meses. Em 2015, por exemplo, a previsão é de uma expansão de apenas 1,2% no consumo de petróleo no mundo. Não apenas a China sofreu uma desaceleração, como a Europa está à beira de sua terceira recessão em seis anos.

Mas parte do motivo da queda de preços é também a produção em alta em diversos países, além de um salto de produção no Iraque e na Líbia pós-Kadafi. Em setembro, os países da Organização dos Países Produtores de Petróleo (Opep) registraram o maior nível de produção em 13 meses.

Entre os produtores que estão fora da Opep, os resultados também apontam um fornecimento maior, o que também vem contribuindo para uma queda nos preços. Para 2015, a estimativa é de que esse crescimento chegue a 1,3 milhão de barris por dia. Só o fornecimento de produção líquida dos EUA "continua a exceder o fornecimento de petróleo da Rússia e da Arábia Saudita". Em comparação a 2011, os americanos elevaram sua produção em 56%.

Na visão da AIE, os sauditas não estão dando sinais de que vão cortar a produção, em parte graças às reservas financeiras que acumularam, mas também como forma de ganhar mercado na Ásia, o maior comprador do mundo. Em setembro, por exemplo, a expansão da produção fez com que a extração diária de petróleo no mundo superasse em 2,8 milhões de barris aos níveis de setembro de 2013.

Acusações

Mas a queda no preço não vem sem acusações de manipulação. O governo russo, que tem seu orçamento baseado no desempenho do setor de energia, denunciou nesta semana uma aliança entre sauditas e americanos para manter um amplo fornecimento de petróleo e, assim, enfraquecer Moscou na crise com a Ucrânia.

O governo venezuelano, que depende do petróleo para 95% de suas exportações, foi outro que fez acusações de manipulação política do preço e pediu que uma reunião de emergência da Opep fosse convocada. "Algum tipo de ação deve ser tomada para parar a queda no preço, especialmente quando estamos convencidos de que isso não é resultado das condições de mercado, mas de uma manipulação para criar problemas econômicos para os países que são grandes produtores", acusou o chanceler venezuelano, Rafael Ramírez.

Riad rejeitou o apelo dos venezuelanos para reunir a Opep em caráter de emergência.

A realidade é que, de Moscou a Teerã, passando por Caracas, o impacto da queda nos preços começa a ser sentido por governos. No caso do Irã, apenas um barril acima de US$ 125 pode manter as contas do governo superavitárias. No caso dos sauditas, as contas estariam equilibradas com um preço internacional de US$ 95, contra cerca de US$ 100 para a Rússia.

Para os países consumidores, porém, a notícia da queda nos preços é comemorada, principalmente na Europa que tenta se reerguer da crise que começou em 2008. As estimativas são de recuo de US$ 10 no preço do barril representa transferência de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial de exportadores para importadores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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