Apesar disso, a alta nas taxas dos bônus do governo americano levaria os títulos brasileiros a terem às maiores perdas entre papéis do grupo BRIC (Brent Smith/Reuters)
Da Redação
Publicado em 17 de outubro de 2012 às 21h25.
Nova York - Os títulos corporativos brasileiros estão se tornando os mais vulneráveis a perdas entre os papéis dos principais mercados emergentes. O risco cresceu depois que as empresas aproveitaram os juros em mínimas históricas para fazer emissões no exterior com o prazo mais longo em três anos.
A chamada duração dos papéis corporativos do país, uma medida de quanto os preços mudam com a alta ou queda das taxas e que cresce com prazos maiores, chegou à 6,12 anos ontem, o maior nível em 13 meses, segundo o Bank of America Corp. Esse patamar supera a média de 5,18 anos para a duração de títulos de empresas da China e está cerca de 40 por cento acima dos papéis da Rússia e da Índia.
Investidores do mercado de dívida se voltam para o Brasil em busca de maior rentabilidade dada a intenção do Federal Reserve, dos EUA, de deixar o juro básico perto de zero até 2015 para estimular o crescimento. Apesar disso, a alta nas taxas dos bônus do governo americano levaria os títulos brasileiros a terem às maiores perdas entre papéis do grupo BRIC. Investidores correram para comprar títulos de 30 anos de empresas como Vale SA e Odebrecht SA, ajudando a elevar o prazo médio das emissões do país este ano para 11,03 anos, segundo dados compilados pela Bloomberg.
“Há muito dinheiro entrando nessa classe de ativos, mais do que deveria a partir dos fundamentos”, disse Ray Zucaro, que ajuda a administrar cerca de US$ 230 milhões em dívida de mercados emergentes na SW Asset Management LLC, sediada em Newport Beach, Califórnia. “Em algum momento, as taxas vão voltar a subir e a duração é tão alta que veremos muita volatilidade de preços nos ativos de prazo maior.”