Tomate: o clima seco nos EUA e no Brasil ajudou a levar o índice Standard & Poor’s GSCI, de 24 matérias-primas, a uma alta de 20% (Hedwig Storch/Wikimedia Commons/Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 19 de setembro de 2012 às 14h06.
São Paulo - A seca mais rigorosa em mais de 50 anos nos Estados Unidos está elevando os preços dos alimentos no Brasil e beneficiando investidores em títulos de dívida atrelados aos preços do atacado.
Os rendimentos das Notas do Tesouro Nacional série C, atreladas ao Índice Geral de Preços - Mercado, com prazo para 2021 caíram 58 pontos-base, ou 0,58 ponto percentual, nos últimos três meses, para 3,69 por cento, o menor nível desde que os títulos foram vendidos em 2001. O IGP-M, que tem peso de 60 por cento dos preços do atacado, acumula alta de 7,72 por cento nos 12 meses até agosto, maior nível em um ano. Os rendimentos das NTN-B, atreladas ao IPCA, com vencimento semelhante, caíram 79 pontos-base no mesmo período.
O clima seco nos EUA e no Brasil ajudou a levar o índice Standard & Poor’s GSCI, de 24 matérias-primas, a uma alta de 20 por cento em três meses, além do salto de 34 por cento na milho.
“Esses papéis foram fortemente impactados pelos preços das colheitas de soja e trigo”, disse Euzebio Bonfim, diretor de previdência da Fundação Cesp, quarto maior fundo de pensão do País, com R$ 19 bilhões administrados, incluindo títulos atrelados ao IGP-M. “O que tem atingido mais os preços do atacado são os produtos agrícolas.”