Loja do Pão de Açúcar (Alexandre Battibugli/EXAME)
Da Redação
Publicado em 31 de outubro de 2012 às 13h20.
Nova York/São Paulo - A Cia. Brasileira de Distribuição Grupo Pão de Açúcar, maior varejista do país, está sendo negociada no valor mais alto em 12 anos em relação ao Ibovespa. Os ganhos do papel acompanham os estímulos do governo ao consumo.
O Pão de Açúcar, que acumula alta de 39 por cento no ano até ontem, é negociado a 3 vezes o valor de seus ativos, acima das 2,3 vezes do início de 2012. Esse múltiplo está no maior nível em relação ao Ibovespa desde setembro de 2000. Empresas que fazem parte do índice têm em média uma relação preço-valor contábil de 1,2, segundo dados da Bloomberg.
O governo da presidente Dilma Rousseff tenta aumentar o poder de compra da população para impulsionar o crescimento da economia por meio de cortes de impostos, juros e pressões para que bancos, elétricas e operadoras de telefonia reduzam tarifas cobradas de consumidores. Ao mesmo tempo em que essas medidas reduzem o valor de ações dos setores financeiro e elétrico, elas favorecem empresas como Pão de Açúcar e Lojas Americanas SA. As vendas no varejo cresceram 10 por cento em agosto na comparação anual.
“As pessoas estão procurando lugares para se esconder da intervenção do governo e do desaquecimento da China e os nomes do setor de consumo no Brasil tendem a ter maior visibilidade de resultados”, disse Samir Patel, que ajuda a administrar mais de US$ 800 milhões na Hermes Emerging Markets, em entrevista por telefone de Londres. “É o que realmente está puxando essa valorização.”
A assessoria de imprensa do Pão de Açúcar não quis fazer comentários sobre o assunto.