Maquininha da PagSeguro (Leandro Fonseca/Exame)
Guilherme Guilherme
Publicado em 9 de julho de 2021 às 12h51.
Última atualização em 9 de julho de 2021 às 13h42.
As ações do PagSeguro (PAGS/PAGS34) chegaram a despencar 18,5% no último pregão, após a notícia do Brazil Journal de que a empresa estaria “prestes” a fechar a compra do BV por 16 bilhões de reais.
O valor da compra seria próximo dos 15 bilhões em valor de mercado que o PagSeguro chegou a perder no último pregão. A sangria só foi estancada após a empresa negar qualquer intenção de adquirir o BV. Ainda assim, os papéis fecharam em forte queda de 7,9%.
Para analistas do BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da Exame), embora a possível aquisição ensejasse dúvidas, a queda de 18% no intraday foi “exagerada, e após o mau dia para os papéis, o banco reiterou sua recomendação de compra para o ativo.
Desde meados de maio, quando o papel tocou a mínima do ano, sua valorização supera 30%. Com ações cotadas a 51,61 dólares no fechamento do último pregão, analistas do banco veem potencial de alta (upside) de mais 37,5%, com preço-alvo de 71 dólares.
“Apesar do recente rali, ainda vemos um valuation atrativo. Acreditamos que o segmento de long-tail e o PagBank poderão adicionar mais resiliência, sugerindo um forte upside para a avaliação atual”, afirmam os analistas em relatório.
Segundo eles, o resultado do primeiro trimestre demonstrou forte recuperação do volume total de pagamentos (VTP), sinalizando boas perspectivas para o resultado do segundo trimestre.
"O VTP cresceu 108% em abril e 91% em maio em relação ao mesmo período do ano passado, abalado por lockdowns. Junho também deve registrar forte crescimento de volume, impulsionado por uma retomada da atividade varejista. No geral, esperamos resultados sólidos nos negócios de aquisição do PagSeguro no segundo trimestre."
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Apesar da forte reação aos rumores sobre a aquisição, o BTG avalia que o negócio não seria tão ruim.
“Alguns podem argumentar que a intenção do PagSeguro de comprar um grande banco seria ruim, uma vez que poderia ser visto como um negócio de fintech comprando um grande banco, desacelerando o crescimento e, eventualmente, desencadeando uma redução da avaliação”, comentam.
Por outro lado, eles também avaliam que “a estratégia poderia ser boa para o PagBank, uma vez que o BV tem um motor de crédito robusto, um longo histórico, uma grande base de clientes e acordos com correspondentes bancários e revendedores de cartão, o que poderia acelerar o desenvolvimento da iniciativa do banco dentro do PagSeguro”.
Após o PagSeguro negar a intenção de comprar o BV, porém, os analistas acreditam que o negócio não será feito no futuro, dada a reação do mercado. “Alguns também podem concluir que se desistiram por causa da venda, isso mostra que a própria PagSeguro não tinha uma convicção real no negócio que estava prestes a fazer"
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