Argentina: peso argentino permanece em queda, apesar do pacote de medidas de Macri (Mario De Fina/Reuters)
Reuters
Publicado em 14 de agosto de 2019 às 12h23.
Última atualização em 14 de agosto de 2019 às 13h11.
Buenos Aires — O peso abriu mais fraco nesta quarta-feira, após o presidente da Argentina, Mauricio Macri, anunciar cortes de impostos para trabalhadores e um aumento de subsídios para serviços sociais, após dois dias de turbulência econômica provocada pela vitória do candidato da oposição, Alberto Fernández, nas eleições primárias argentinas.
Pela manhã, o peso caía 12,3%, a 61 por dólar, marcando a terceira abertura consecutiva de grandes perdas. O peso fechou em queda de 4,29%, a 55,9 por dólar, na terça-feira, após atingir 59 no início do dia. A moeda registrou uma mínima histórica na segunda-feira, de 65 por dólar, uma queda de 30%.
A vitória esmagadora de Fernández nas primárias eleitorais de domingo foi um duro golpe para as chances de reeleição de Macri e abalou mercados financeiros com receios de que a Argentina possa voltar às políticas econômicas intervencionistas do governo anterior.
Macri também anunciou que os preços da gasolina na Argentina serão congelados por 90 dias como parte de seu plano para reduzir o impacto da crise econômica.
"As medidas que tomo e que vou compartilhar com vocês agora são porque eu escutei vocês. Ouvi o que vocês queriam me dizer no domingo", disse Macri. "Essas são medidas que trarão alívio para 17 milhões de trabalhadores e suas famílias", acrescentou. O presidente disse ainda que está disposto a se reunir com a oposição.
O colapso da moeda, ações e bônus da Argentina na segunda-feira — o pior desde a crise da dívida do país em 2001 — causou ondas de choque nos mercados emergentes.