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Ouro pode subir no curto prazo movido pela guerra comercial à frente

Alta demanda da commodity pelos bancos centrais também impulsionou seu valor

Vincenzo Calcopietro
Vincenzo Calcopietro

Redator na Exame

Publicado em 6 de fevereiro de 2025 às 09h14.

Após a imposição de tarifas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, no início do mês — com a promessa de expandir a medida para outros países — e diante da forte demanda de bancos centrais, o ouro pode subir ainda mais no curto prazo, segundo Kenny Hu, da Citi Research.

A incerteza global impulsionou o metal na abertura dos mercados asiáticos nesta terça-feira, 6 de fevereiro. No acumulado de 2025, o ouro já valorizou 10%, alcançando o preço projetado para três meses: US$ 2,8 mil por onça (cerca de R$ 16,2 mil). Diante desse cenário, o Citi elevou sua previsão para US$ 3 mil, mantendo essa meta para o período de 6 a 12 meses (R$ 17,3 mil por onça).

Assim, mesmo com guerras comerciais, tensões geopolíticas e a demanda crescente dos bancos centrais, o movimento de alta do ouro deve continuar, afirma Hu.

Ao mesmo tempo, Joseph Chai, da RHB Retail Research, prevê que o ouro futuro Comex ultrapasse US$ 2,9 mil por onça. Caso isso ocorra, o metal deve avançar rumo à meta de US$ 3 mil. Mesmo diante de possíveis realizações de lucro, a média móvel simples de 20 dias pode sustentar os preços, equilibrando eventuais quedas, diz o especialista.

Por que o ouro está subindo?

No início do mês, Trump cumpriu sua promessa de campanha e impôs tarifas sobre importações do México, Canadá e China. Após negociações, os países vizinhos foram poupados, mas as sanções contra Pequim foram mantidas, com o governo chinês ameaçando retaliações.

Além da China, o presidente americano mira novas taxações sobre Brasil e União Europeia, aumentando as tensões comerciais e levando investidores a buscar ativos de proteção.

Outro fator que impulsiona o ouro é a forte demanda dos bancos centrais. Em 2024, segundo dados do Conselho Mundial do Ouro, a compra global do metal atingiu 4.974 toneladas, incluindo investimentos de balcão (OTC), um novo recorde anual.

A tendência foi impulsionada por “incertezas geopolíticas e econômicas em ascensão”, explica Shaokai Fan, chefe global de bancos centrais do Conselho Mundial do Ouro.

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