Ouro: futuro da commodity bate novo recorde nesta quinta-feira, 30 (Pixabay/Divulgação)
Repórter de finanças
Publicado em 30 de janeiro de 2025 às 15h46.
Os futuros do ouro bateram um novo recorde nesta quinta-feira, 30, em um dia marcado por incertezas após a decisão do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos). Às 15h18, o contrato para abril de 2025 subia 1,90% a US$ 2.846,60 a onça troy. O recorde anterior foi de US$ 2.826,30 no final de outubro.
O movimento ocorre em um dia em que o Índice VIX, conhecido como índice do medo, sobe quase 7%. O ouro é comumente um refúgio dos investidores em momento de incertezas.
O que acontece é uma combinação de fatores em relação às crescentes incertezas acerca da política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA). Ontem, a autoridade manteve a taxa de juros na faixa entre 4,25% e 4,50%, interrompendo um ciclo de cortes que se estendia desde setembro.
Apesar de não ser uma surpresa para o mercado, a mudança de postura para um tom um pouco mais ‘hawkish’ adicionou um teor de volatilidade na sessão de hoje. Isso porque, apesar de não citar diretamente, as possíveis políticas tarifárias de Trump deixam tudo ainda mais nebuloso para o Fed.
Para além das preocupações do Fed, as políticas de Trump também colaboram para a corrida do ouro, já que as commodities atuam como uma proteção crítica contra a inflação – e o republicano promete uma agenda expansionista.
Entre as possíveis medidas apontadas por analistas como um risco aos mercados e à estabilidade econômica global estão as tarifas de 25% propostas por Trump sobre o México e o Canadá, atualmente programadas para entrar em vigor no sábado, 1º, juntamente com as tarifas ameaçadas sobre a China, Europa e commodities como cobre, alumínio, ferro e aço.
Hoje, a prévia do Produto Interno Bruto (PIB) americano, que veio abaixo das expectativas, também colabora para a alta do ouro. O PIB por lá cresceu 2,3% no quarto trimestre de 2024, segundo dados divulgados pelo Departamento de Análises Econômicas (BEA, na sigla em inglês). Esse avanço, ajustado para inflação e sazonalidade, ficou abaixo da previsão de 2,6% esperada pelo mercado.
O movimento enfraquece o dólar, com o Índice DXY recuando ligeiramente, o que torna mais barato para compradores internacionais comprar ativos denominados em dólar, como ouro.