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Otimismo interno ou pessimismo externo: o pêndulo da bolsa

A denúncia de caixa dois contra Jair Bolsonaro (PSL) não teve, segundo analistas, impacto na queda de 2% do índice Ibovespa nesta quinta-feira

Imagem de arquivo: "Parece uma denúncia grave, mas a hipótese de a chapa de Bolsonaro ser impugnada parece distante aos olhos dos investidores”, disse André Perfeito, sócio da corretora Spinelli (Paulo Whitaker/Reuters)

Imagem de arquivo: "Parece uma denúncia grave, mas a hipótese de a chapa de Bolsonaro ser impugnada parece distante aos olhos dos investidores”, disse André Perfeito, sócio da corretora Spinelli (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 19 de outubro de 2018 às 05h53.

Última atualização em 19 de outubro de 2018 às 06h15.

O que vai pesar mais para o desempenho da bolsa e do dólar nesta sexta-feira: as denúncias de caixa dois contra o candidato Jair Bolsonaro (PSL) ou seu bom desempenho no Datafolha divulgado na noite de ontem, que lhe deu 18 pontos de vantagem sobre Fernando Haddad (PT)?

Nenhum dos dois, segundo os investidores. De um lado, a vitória de Bolsonaro já está “precificada” nas recentes valorizações da bolsa, afirmam analistas de mercado. Nos últimos quatro meses, o índice Ibovespa subiu 20%; nos últimos 30 dias, subiu 7%. De outro, caso o peso das denúncias de ontem tivessem sido de fato considerados pelos investidores, o tombo poderia ter sido maior do que foi — a bolsa caiu 2% ontem. “Parece uma denúncia grave, mas a hipótese de a chapa de Bolsonaro ser impugnada parece distante aos olhos dos investidores”, afirma André Perfeito, sócio da corretora Spinelli.

A queda na bolsa e a alta do dólar, que subiu 1% ontem, têm maior relação com as incertezas vindas dos Estados Unidos, onde o banco central sinalizou com uma continuidade no aumento de juros, o que tende a drenar investimentos de países emergentes, como o Brasil. Nos minutos finais do pregão a bolsa ainda acentuou as perdas com uma notícia doméstica sem relação com a disputa eleitoral: a provável saída de Ilan Goldfajn da presidência do Banco Central no final do ano.

No médio prazo, a bolsa deve seguir influenciada por um clima pesado no exterior, com redução da previsão de crescimento do PIB global e com um medo crescente de uma guerra comercial generalizada. Por aqui, com o favoritismo de Bolsonaro já computado, um imprevisto viria de uma postura mais dura do Tribunal Superior Eleitoral contra as denúncias de caixa dois eleitoral reveladas pelo jornal Folha de S. Paulo.

Qualquer novidade nesta seara, como destacou Perfeito, levaria a um queda forte das ações e a uma subida relevante do dólar.

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