As projeções de juros registravam leve queda, num dia escasso de indicadores macroeconômicos no Brasil e no mundo (Germano Lüders/EXAME)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2011 às 12h38.
São Paulo - O otimismo tomava conta dos mercados financeiros globais nesta sexta-feira, com investidores esperançosos de que a Europa encontrará em reunião no final de semana uma solução para sua crise de dívida.
O pano de fundo positivo do exterior ajudava a valorizar os ativos brasileiros. O dólar caía cerca de 1 por cento frente ao real, ao mesmo tempo em que o Ibovespa avançava mais de 2 por cento, acima dos 55 mil pontos.
As projeções de juros registravam leve queda, num dia escasso de indicadores macroeconômicos no Brasil e no mundo.
As atenções de investidores se concentravam na reunião entre líderes europeus no domingo, na qual as autoridades podem chegar a um acordo sobre como fortalecer o fundo de resgate da região e recapitalizar o setor bancário, considerado um dos principais canais de contaminação da crise de dívida que assola a periferia da zona do euro.
No entanto, autoridades já disseram que qualquer decisão acertada no domingo precisará ser discutida novamente em um segundo encontro, que deve ocorrer no mais tardar na quarta-feira, em meio às divergências entre as duas maiores potências da zona do euro: França e Alemanha. O principal índice das ações europeias e as bolsas de valores em Nova York tinham forte alta, ao mesmo tempo em que o índice de volatilidade da CBOE, considerado termômetro do nervosismo do mercado, despencava quase 9 por cento.
O maior apetite por risco também era espelhado pelos mercados de câmbio, onde o dólar caía 0,8 por cento contra uma cesta de divisas, puxado pela apreciação do euro e do iene . O dólar chegou a recuar a uma nova mínima recorde ante a moeda japonesa.
A safra de balanços corporativos nos Estados Unidos ajudava a amparar o bom humor. Honeywell International e McDonald's divulgaram resultados melhores que o esperado, aliviando preocupações quanto ao impacto da recente turbulência sobre as empresas.
Da fraca agenda doméstica, a confiança do empresário industrial brasileira diminuiu 1,8 por cento em outubro, para 54,6 pontos, menor leitura desde abril de 2009 e reforçando a perspectiva de arrefecimento da atividade do setor nos próximos meses, mostraram dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).