Invest

Os fundos de ações que mais perderam (e ganharam) com a Americanas

Varejista teve a maior queda em um único dia durante pelo menos os últimos 20 anos dentre os 89 membros do Ibovespa

Americanas: erosão nas ações deixou rastro de perdas em alguns fundos locais (Gustavo Lacerda/Reprodução)

Americanas: erosão nas ações deixou rastro de perdas em alguns fundos locais (Gustavo Lacerda/Reprodução)

B

Bloomberg

Publicado em 17 de janeiro de 2023 às 16h43.

Última atualização em 17 de janeiro de 2023 às 16h51.

A erosão nas ações da Americanas deixou um rastro de perdas em alguns fundos locais.

Um dos fundos da Moat Capital caiu 6,8% após taxas na última quinta-feira, liderando as perdas entre 578 fundos de ações locais que administram mais de R$ 100 milhões, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

As ações da Americanas, que representavam cerca de 8% do patrimônio líquido do fundo, de acordo com a Moat, fecharam em queda de 77% naquele dia depois que o diretor presidente Sergio Rial e o diretor financeiro André Covre deixaram a empresa na esteira da descoberta de inconsistências contábeis próximas a R$ 20 bilhões. A ação, que era negociada a R$ 12 antes do anúncio, oscila agora em torno de R$ 2.

A queda também afetou a performance do fundo Bradesco FIA Small GBS Investimento no Exterior, que é gerido pela Bradesco Asset Management, e do Elizabetha FIC FIA, administrado pela Tempo Capital, que caíram 3,5% e 2,7%, respectivamente. Ambos detinham ações da Americanas ao fim de outubro e setembro do ano passado, mostram dados da Bloomberg.

As perdas se somaram aos crescentes contratempos para os fundos de ações brasileiros, que têm enfrentado uma onda massiva de resgates. Os FIAs registram uma saída líquida de mais de R$ 3 bilhões neste ano até 11 de janeiro, após um resgate recorde de R$ 70 bilhões em 2022, de acordo com a Anbima.

Na ponta oposta, o AZ Quest Top Long Biased subiu 2,8% descontadas as taxas na última quinta-feira, liderando os ganhos entre pares. A alta foi alimentada por posições vendidas em Americanas, que foram aumentadas após o anúncio, segundo uma pessoa familiarizada com o assunto que pediu para não ser identificada porque a informação não é pública.

O ‘short’ em Americanas atingiu 12% do free float, perto do maior nível registrado pelos dados dos últimos 12 meses, de acordo com a empresa de análise financeira S3 Partners.

AZ Quest, Tempo Capital e Bradesco Asset Management não responderam a pedidos de comentários.

A Americanas teve a maior queda em um único dia durante pelo menos os últimos 20 anos dentre os 89 membros do Ibovespa, segundo dados da Bloomberg. A varejista se encontra em uma batalha legal com credores, e as ações seguem pressionadas.

O JPMorgan, que rebaixou a recomendação para o papel de “neutral” para “underweight” em novembro citando a alavancagem da companhia, disse que um cenário de recuperação judicial é o mais provável neste momento.

Por Vinícius Andrade, com a colaboração de Ricardo Strulovici Wolfrid e Sebastian Krieger.

Acompanhe tudo sobre:AmericanasFundos de investimentofundos-de-acoes

Mais de Invest

Como negociar no After Market da B3

Casas Bahia reduz prejuízo e eleva margens, mas vendas seguem fracas; CEO está confiante na retomada

Tencent aumenta lucro em 47% no 3º trimestre com forte desempenho em jogos e publicidade

Ações da Americanas dobram de preço após lucro extraordinário com a reestruturação da dívida