Os negócios com derivativos na região Ásia-Pacífico cresceram mais em 2010 do que na Europa, Américas, África e Oriente Médio (Kiyosh Ota/ Getty Images)
Da Redação
Publicado em 10 de março de 2011 às 11h48.
São Paulo – A onda global de fusões entre bolsas de valores finalmente chegou até a Ásia. A Tokyo Stock Exchange (Bolsa de Valores de Tóquio ou TSE, na sigla em inglês), considerada o segundo maior mercado de ações do mundo, revelou nesta quinta-feira (10) a intenção de se unir com a rival Osaka Securities Exchange, que opera um mercado de derivativos do Japão.
A informação foi confirmada pelo presidente da TSE, Atsushi Saito, em entrevista concedida à Bloomberg. A integração poderia ser finalizada em até três meses após a concretização do acordo, revelou o presidente da bolsa de valores de Osaka, Michio Yoneda, por meio de um porta-voz.
A bolsa de Tóquio ainda está se preparando para abrir o capital com uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O anúncio surge em um período em que diversas bolsas de valores ao redor do mundo buscam acordos de fusão e aquisição para ganharem posição e enfrentarem a concorrência. No mês passado, a NYSE Euronext anunciou uma fusão com a Deutsche Börse, a bolsa de valores de Frankfurt, em uma transação avaliada em 10 bilhões de dólares.
No mesmo período, a BATS Global Markets, operadora da terceira maior bolsa dos Estados Unidos e que tem interesse de acabar com o monopólio da BM&FBovespa no Brasil, concluiu as negociações para a compra da Chi-X Europe, criando a segunda maior bolsa de valores da Europa, atrás apenas da London Stock Exchange (LSE, a bolsa de valores de Londres), que se uniu com a operadora das bolsas de valores de Toronto e Montreal.
A união entre as bolsas de valores de Tóquio e Osaka, as maiores do Japão, seria a mais recente diante de uma enxurrada de acordos entre bolsas que já somam mais de 21 bilhões de dólares desde outubro de 2010. O possível acordo ocorre após o volume de negócios e de companhias listadas na bolsa de Tóquio ter declinado em 2010, ao mesmo tempo em que as negociações com derivativos se expandiram na Ásia, mais do que em qualquer outro lugar do mundo.
“Uma fusão entre Tóquio e Osaka é inevitável para o processo de globalização das bolsas do Japão”, disse Mitsushige Akino, que gerencia 450 milhões de dólares na Ichiyoshi Investment Management, em entrevista à Bloomberg. “Vai ser duro para a Tokyo Stock Exchange tomar a iniciativa e dar procedimento ao acordo, já que eles estão atrás da curva”, acrescentou.