Negócios

Oi recebe aprovação de credores para vender operação de telefonia móvel

Mudanças no plano de recuperação judicial vão permitir à empresa se desfazer da maior parte dos seus ativos e se dedicar à fibra óptica

Loja da Oi: rede de fibra da tele foi avaliada em R$ 20 bilhões (Germano Lüders/Exame)

Loja da Oi: rede de fibra da tele foi avaliada em R$ 20 bilhões (Germano Lüders/Exame)

MS

Marcelo Sakate

Publicado em 9 de setembro de 2020 às 00h04.

Última atualização em 9 de setembro de 2020 às 06h34.

Depois de mais de 12 horas de discussões e intervalos para descanso, a assembleia geral de credores da Oi terminou no fim da noite desta terça-feira, 8, com a aprovação das alterações ao plano de recuperação judicial. A maioria dos credores deu o seu aval para que a companhia possa executar o plano de vender a maior parte dos seus ativos, incluindo a operação de telefonia celular, e se concentre no negócio de fibra óptica.

A aprovação das mudanças ao plano pode abrir caminho para nova valorização das ações da Oi. A expectativa positiva pelo aval dos credores levou as ações ordinárias a subir 1,09%, enquanto as preferenciais dispararam 5,96%.

O objetivo do novo plano é arrecadar cerca de 22 bilhões de reais, que serão utilizados para o pagamento de credores, abatendo assim parte da dívida, que era de 26,1 bilhões de reais ao fim do segundo trimestre, segundo o resultado divulgado mais recente.

O plano que foi submetido à votação prevê a divisão da companhia em cinco áreas de negócios, das quais quatro serão vendidas integralmente por meio de leilões nos próximos meses. A divisão mais conhecida é a de telefonia móvel.

O candidato favorito a assumir a operação móvel da Oi é o consórcio formado por suas principais concorrentes: Claro, TIM e Vivo (Telefônica), que já formalizaram uma proposta de 16,5 bilhões de reais. Será a oferta inicial para o leilão previsto para dezembro. O consórcio terá ainda o direito de cobrir eventuais melhores ofertas.

As outras áreas colocadas à venda abrigam as torres, os data centers e a operação de TV. A Oi pretende manter apenas o seu negócio em fibra óptica, na empresa denominada de InfraCo. O objetivo é se desfazer de apenas uma parte da área por 6,5 bilhões de reais, além de 5 bilhões de reais que serviriam para investimentos nessa operação.

Representantes do Banco do Brasil, da Caixa e do Itaú Unibanco, que estão entre os principais credores, buscaram um adiamento da assembleia por 30 dias para negociar melhores condições. Conseguiram a redução dos descontos previstos de 60% para 55% da dívida.

Acompanhe tudo sobre:Fibra ópticaOiRecuperações judiciaisTelefonia

Mais de Negócios

Suzano (SUZB3) anuncia novo aumento de preços da celulose em março

Quem são os bilionários mais amados (e odiados) dos EUA?

Nem recompra bilionária anima mercado e ações da Renner caem com pressão das margens