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Oi perde R$ 1,6 bi em valor de mercado após resultados

Ações despencaram com números abaixo do esperado pelos investidores

As ações da Oi estiveram entre as maiores altas da bolsa em julho (Marcelo Correa/EXAME.com)

As ações da Oi estiveram entre as maiores altas da bolsa em julho (Marcelo Correa/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 1 de agosto de 2012 às 18h26.

São Paulo – As ações da empresa de telefonia Oi (OIBR3; OIBR4) lideraram as quedas do Ibovespa nesta quarta-feira após a apresentação de um resultado que ficou aquém das expectativas dos investidores em que pôs em xeque as projeções da própria companhia para os próximos anos, que incluem o pagamento de dividendos no valor de 8 bilhões de reais até 2015.

O lucro líquido da operadora caiu mais de 80% no segundo trimestre do ano, totalizando 64 milhões de reais. No semestre, os ganhos da Oi totalizaram 410 milhões de reais, queda de 12% em relação aos seis primeiros meses de 2011. A Citi Corretora, por exemplo, esperava um resultado de 158 milhões de reais. “Em relação à nossa projeção, o lucro ficou abaixo por conta de despesas financeiras e pagamento de impostos acima do esperado”, ressalta.

O desempenho de hoje na bolsa foi bastante diferente do visto durante o mês de julho, quando as ações ficaram entre as maiores altas da bolsa. Os papéis ordinários subiram 24,7% e os preferenciais 23,4%. Nesta quarta-feira, contudo, a queda chegou a 8% para as ON e 8,7% para as PN. Em valor de mercado, a queda do dia chegou a representar uma perda de 1,6 bilhão de reais, para 17,623 bilhões de reais.

“Os resultados estão, em sua maioria, em linha com o guidance da administração, mas ainda é muito cedo para anunciar uma recuperação, especialmente em meio ao atual cenário macroeconômico (o qual parece estar tendo um forte impacto negativo sobre a indústria) e aumento na concorrência”, explicam os analistas Valder Nogueira e Bruno Mendonça, do Santander.

Para Jacqueline Lison, da Fator Corretora, a Oi terá grandes desafios no que resta de 2012. "A empresa retomou o ritmo comercial mais agressivo e os investimentos em expansão e qualidade de rede, tanto móvel quanto fixa (sobretudo de dados), para voltar a crescer. Para tanto, fixou metas bastante agressivas de desempenho para os próximos anos, de difícil execução", afirma em um relatório.

Metas ousadas

O JP Morgan reiterou a recomendação de alocação abaixo da média (underweight) para as ações da Oi e a preferência pelos papéis da TIM e da Vivo, ambos com a indicação de alocação acima da média (overweight). O banco ressaltou que após os números do segundo trimestre fica mais complicado para a empresa atingir as metas traçadas para 2012 traçadas em abril deste ano, após a unificação das diversas classes de ações que possuía em apenas duas.

André Baggio e Marcelo Santos afirmam que, para atingir os indicadores prometidos pela empresa, o crescimento da receita precisaria acelerar para 5,7% na passagem anual no segundo semestre, contra uma queda de 2,1% no primeiro semestre. Além disso, o Ebitda teria que avançar 15%, contra uma queda de 6,9% no primeiro semestre. “Vemos o guidance como desafiador”, destacam.

Para 2012, a Oi estimou que o Ebitda fique em 8,8 bilhões de reais, resultado melhor do que a queda de 15% de 2011 sobre o ano anterior. Já a receita líquida é estimada em 28,9 bilhões de reais em 2012, cerca de 1 bilhão de reais superior à do ano passado. Para 2015, a projeção é de 38,6 bilhões de reais.

Proibição de vendas

Assim como outras operadoras, a Oi também foi vetada de vender em algumas regiões do país pela Agência Nacional de Telecomunicação (Anatel). A companhia já entregou ao órgão regulatório o plano de investimentos para melhorar seus serviços e aguarda agora a liberação.

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