Loja da Oi: operação é parte da fusão com a Portugal Telecom, anunciada no ano passado (Paulo Fridman/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 23 de abril de 2014 às 19h47.
Rio - A operadora de telefonia Oi encerra nesta quinta-feira, 24, o período de reserva do lote inicial da sua oferta pública, na qual são oferecidos 1,92 bilhão de ações ordinárias e 3,83 bilhões de preferenciais, num total de 5,75 bilhões de papéis. A operação é parte da fusão com a Portugal Telecom, anunciada no ano passado.
Analistas ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, estimam que os papéis da empresa podem desvalorizar entre 10% e 40% até a precificação da oferta. A forte queda ocorrerá diante do grande volume da oferta, afirmou um analista que preferiu não se identificar. "É um desconto elevado, considerando que as ações já estão caindo nos últimos meses", disse.
A companhia pode ainda oferecer outros dois lotes de ações, com mais 2,01 bilhões de papéis. A Oi informou em prospecto preliminar que poderá disponibilizar mais até 862,7 milhões de papéis para atender a um eventual excesso de demanda. Há ainda a possibilidade de ofertar outro lote com até 1,15 bilhão de ações. A oferta poderá alcançar cerca de R$ 23 bilhões, incluindo os lotes extras, considerando o preço da cotação PN no último dia 1. Sem os extras, pode movimentar cerca de R$ 17 bilhões.
O preço por ação preferencial será fixado no próximo dia 28 de abril, enquanto o da ação ordinária será baseado numa taxa de conversão de uma ação PN para 0,9211 ação ON. A finalização do processo de "bookbuilding" (coleta de intenções de investimento)ocorrerá no mesmo dia. Segundo o prospecto preliminar, as ações devem começar a ser negociadas na BM&FBovespa no dia 30 de abril e na Bolsa de Nova York em 29 de abril.
A companhia informou que não será admitida distribuição parcial da oferta (no Brasil e no exterior). Com isso, é possível que a oferta venha a ser cancelada caso não haja quantidade suficiente de investidores interessados em subscrever a totalidade das ações.
A empresa informou desde o anúncio da operação que estimava um aumento de capital em torno de R$ 14 bilhões. Desse total, R$ 5,7 bilhões virão dos ativos da PT. Especialistas avaliam que o montante maior é uma estratégia da Oi para ter uma margem para captar os R$ 14 bilhões.
Relatório
O JPMorgan reiterou recomendação neutra para as ações da Oi, após traçar um cenário futuro para a empresa já considerando a fusão com a Portugal Telecom. Em relatório, o banco diz que mantém uma visão cautelosa, devido à alta alavancagem da companhia, tendências desafiadoras e atual avaliação sobre o preço dos papéis.
No documento, os analistas explicam que revisaram as perspectivas já considerando a combinação da Oi com a PT. "Vemos oportunidades à frente para a Oi, no entanto, a nova gestão terá que provar que pode superar muitos desafios atuais e futuros", afirmam.