O empresário Eike Batista na Bolsa: às 10h05, o Ibovespa oscilava em alta de 0,04%, aos 53.772,04 pontos (Marcos Issa/Bloomberg)
Da Redação
Publicado em 9 de setembro de 2013 às 10h50.
São Paulo - Enquanto os mercados internacionais mostram-se divididos entre as boas notícias vindas da Ásia e a cautela quanto a uma intervenção militar na Síria, a Bovespa deve abrir o pregão desta segunda-feira, 9, novamente refém do desempenho das ações de OGX.
Logo após o anúncio de que o empresário Eike Batista teria enviado uma carta à diretoria da petrolífera com notificação de conflito sobre exercício de "put" (opção de venda), o contrato futuro do Ibovespa inverteu a direção, para o negativo, descolando-se do sinal positivo observado entre os índices futuros acionários em Nova York. Às 10h05, o Ibovespa oscilava em alta de 0,04%, aos 53.772,04 pontos, na máxima após abertura.
Em fato relevante publicado hoje, a OGX informou que recebeu uma correspondência, enviada pelo acionista controlador, Eike Batista, em resposta ao exercício de put de US$ 1 bilhão, anunciado na última sexta-feira (dia 6), para que o empresário venha a subscrever novas ações ordinárias ao preço de R$ 6,30, cada.
"Ressalvo meus direitos previstos em contrato e decorrentes de lei no sentido de questionar as circunstâncias, a forma, o conteúdo, a validade e os demais aspectos legais do pretendido exercício de opção", informa Eike em carta datada de 6 de setembro, mas somente apresentada ao mercado hoje. Se decorridos 60 dias sem a resolução da disputa a respeito da validade do exercício da put, será instaurado procedimento arbitral.
Na semana passada, o Broadcast, serviço de informações em tempo real da Ag~encia Estado, informou que a volatilidade gerada pelas ações ON de OGX tem criado distorções na Bolsa, devido ao aumento da participação da petrolífera na composição da principal carteira acionária, o que elevou as apostas entre os agentes financeiros de mudança na metodologia do Ibovespa.
Dessa forma, a reação dos investidores à mais recente notícia sobre OGX tende a se sobrepor aos dados positivos do Japão e da China, bem como potencializar a cautela que prevalece nos mercados do Ocidente quanto à iminente ação na Síria, bem como o início cada vez mais próximo da retirada dos estímulos monetários pelo Federal Reserve.
O salto na revisão do Produto Interno Bruto (PIB) do Japão no segundo trimestre deste ano, para uma alta de 3,8%, em base anual, de uma leitura original de +2,6%, embalou os negócios em Tóquio - cidade que irá suceder o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos. Os demais mercados na região ficaram animados com o crescimento maior do que o esperado do superávit comercial da China em agosto, para US$ 28,6 bilhões, no nível mais alto do ano, garantindo à Bolsa de Xangai o ganho porcentual mais elevado de 2013.
Já em Wall Street, os índices futuros das Bolsas de Nova York têm ligeiros ganhos, sendo que o S&P subia 0,21%, no mesmo horário acima. Os investidores digerem as declarações do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que reiterou a importância de uma ação na Síria, em resposta ao uso de armas químicas. Ele, contudo, ressaltou que a operação deve ser limitada, objetiva e de curto prazo.
O foco desloca-se, agora, para o pronunciamento televisionado que o presidente norte-americano, Barack Obama, deverá fazer na terça-feira, 10, em busca de apoio do Congresso e da opinião pública para uma ação na Síria. Antes, porém, ele deve conceder uma série de entrevistas hoje, em uma semana que pode definir seu segundo mandato na Casa Branca.