O rali das ações da educação deve continuar? Para esse analista, a resposta é sim (Yduqs/Divulgação)
Repórter de mercados
Publicado em 10 de abril de 2025 às 07h23.
Última atualização em 10 de abril de 2025 às 10h10.
Depois de um 2024 difícil, as ações do setor de educação estão tendo uma forte recuperação em 2025, superando o retorno do Ibovespa em nada menos que 35 pontos percentuais.
E, na visão do Bank of America (BofA), o rali deve continuar.
"Depois de um longo processo de recuperação, as empresas estão finalmente gerando caixa, dado: uma competição mais amena, refletindo uma relação entre oferta e demanda mais equilibrada; um mix de cursos que favorecer o repasse de preços e incentiva as rematrículas; e a melhora no perfil de crédito dos estudantes que melhora a dinâmica de capital de giro", escreveu a equipe do banco.
O papel favorito no setor é a Yduqs (YDUQ3). Nas contas do banco, a holding do setor educacional, dona da Estácio e do Ibmec, está sendo negociada a 7,4 vezes o lucro por ação estimado para 2025, muito abaixo da média dos últimos cinco anos e da média de 2023.
Há mais espaço para a reprecificação das ações da companhia, já que o consenso de lucro por ação para 2025, de R$1,55, está abaixo da projeção sinalizada pela companhia, de R$ 2 a R$ 3. A estimativa do BofA, por sua vez, é de R$1,70.
O banco destaca que o consenso de mercado ainda não incorporou o processo de gestão de passivos da companhia, que reduziu o spread do custo da dívida de 1,7% para 1,2% no quarto trimestre de 2023, o que ajuda a compensar o ambiente de juros elevados.
O otimismo leva em conta a sinalização de queda de inadimplência e os cursos híbridos ganhando participação sobre o ensino à distância (EAD).
O BofA também está animado com as perspectivas para a Ânima (ANIM3), dona de marcas como a Anhembi Morumbi e São Judas. Na avaliação do banco, a retomada do segmento core, que inclui seus cursos mais premium, é o principal motor para Ânima, pois deve permitir a continuidade do processo de desalavancagem, apesar de oportunidades limitadas de corte de custos.
Os analistas esperam um crescimento de 5% na captação de alunos na comparação anual no primeiro trimestre de 2025, impulsionado por um cenário mais favorável para os cursos presenciais, de maior margem, que voltaram a crescer recentemente.
Nas contas do BofA, a Ânima está sendo negociada a 4,7 vezes o lucro por ação estimado para 2025, com um desconto de 30% em relação aos pares. "Isso parece excessivo, considerando sua trajetória de desalavancagem", destaca o banco.
Uma redução no spread do custo da dívida também deve ajudar a compensar o ambiente de juros elevados.
Já para a Cogna (COGN3), o BofA vê menor potencial de valorização. "Vemos a Cogna sendo negociada a 8,6 vezes lucro por ação para 2025, um prêmio de 13% em relação à YDUQS", pondera o banco.
Para 2025, o banco espera um desempenho melhor da Saber, de materiais didáticos, e da Vasta, de educação básica, enquanto as captações da Kroton, de ensino a superior, devem ficar estáveis devido a uma base de comparação difícil em relação a 2024.