Jerome Powell, presidente do Fed (Alex Wong/Getty Images)
Repórter
Publicado em 10 de novembro de 2023 às 09h01.
Última atualização em 10 de novembro de 2023 às 09h07.
O tom mais duro das falas do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, em evento do FMI da última tarde seguem repercutindo no mercado internacional nesta sexta-feira, 10. Bolsas do mundo inteiro iniciaram o dia no vermelho, enquanto os rendimentos dos títulos dos Tesouro americano voltaram a ganhar força.
Powell, como no discurso pós-decisão de juros da semana semana passada, reforçou que "não hesitará" em subir as taxas de juros caso as condições se mostrem necessárias. A novidade coube ao alerta do "risco de ser enganado por alguns bons meses de dados" e de que no passado já houveram sinais "falsos" de controle sobre a inflação.
O tom mais duro foi adotado após o mercado ter recebido com euforia os dados do mercado de trabalho e as sinalizações mais dovish do comunicado do Fed da semana passada. Essa euforia havia derrubado a probabilidade de uma nova alta de juros em dezembro para abaixo de 10% e achatado a curva de juros longa, que chegou a ser posta pelo Fed uma aliada ao aperto das condições financeiras. Sendo mais duro no discurso de ontem, Powell fez uma ajuste fino nas expectativas do mercado, elevando o rendimento dos 10 anos em mais de 0,1 ponto percentual.
Expectativas sobre a política monetária também devem movimentar o mercado brasileiro nesta sexta, com o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro saindo abaixo do consenso de economistas. A inflação foi de 0,24% no mês e de 4,82% no acumulado de 12 meses. A projeção mediana era de uma alta mensal de 0,29% e anual de 4,87%.
Investidores ainda deverão reagir nesta sexta aos balanços do terceiro trimestre divulgados na véspera. O mais aguardado foi o da Petrobras, que reportou um lucro líquido de R$ 26 milhões para o período. O resultado foi 42% mais baixo na comparação anual, mas 4% acima das expectativas de mercado.
Outro balanço bastante aguardado era o do Bradesco. que reportou lucro de R$ 4,62 bilhões, 11,5% mais baixo em relação ao mesmo período do ano passado.
Também foram divulgados ontem os balanços da B3, CPFL, Cyrela, EcoRodovias, EZTec,Fleury, Helbor, IRB, JHSF, Renner, Petz, Sabesp, PetroRecôncavo, Porto Seguro, Qualicorp, Rumo, São Martinho, Zamp e Tenda.
Nesta sexta, apenas Enauta e M. Dias Branco irão divulgar seus resultados.