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O que significa para a ação do Pão de Açúcar a saída do Casino?

Ontem, os papéis PCAR3 dispararam 8%, a maior alta do Ibovespa, com rumores de que Abílio Diniz e Michel Klein estariam de olho na fatia do Casino na empresa

Ação do Pão de Açúcar dispara com rumor sobre interesse de Diniz e Klein na empresa | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

Ação do Pão de Açúcar dispara com rumor sobre interesse de Diniz e Klein na empresa | Foto: Germano Lüders/Exame (Germano Lüders/Exame)

PB

Paula Barra

Publicado em 22 de junho de 2021 às 09h16.

Última atualização em 22 de junho de 2021 às 09h21.

Na última segunda-feira, as ações do GPA, dono da marca Pão de Açúcar (PCAR3), dispararam 8%, liderando os ganhos do Ibovespa, em meio a rumores sobre uma possível saída do Casino de sua base acionária. 

Segundo o Estadão, o grupo francês já teria contratado o banco brasileiro BR Partners para estruturar a venda de sua fatia de 41,2% no grupo. 

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A reportagem, que cita fontes não identificadas, apontou que o banco teria sondado o empresário Michel Klein, acionista da Via (VVAR3, antiga Via Varejo) e da família fundadora da Casas Bahia, sobre potencial interesse na aquisição. No domingo, a coluna do jornalista Lauro Jardim, no O Globo, apontava que Klein estaria montando uma posição acionária no Pão de Açúcar. 

Outro interessado na fatia seria Abílio Diniz, ex-dono e fundador do Pão de Açúcar, que também teria começado a comprar ações do grupo na Bolsa há cerca de um mês, conforme noticiou a coluna.    

Na visão de agentes do mercado, o movimento dos papéis reflete, além de uma percepção de que as ações estão baratas, uma confiança dos investidores de que esses dois players poderiam melhorar a gestão da empresa, pelo histórico que possuem no varejo. 

"A ação do GPA está muito descontada em Bolsa, especialmente se o grupo vender a posição que possui na Cnova e Éxito ou se fizerem uma cisão do Éxito igual a do Assaí, lançando BDRs no mercado", disse Werner Roger, chefe de investimentos e sócio da Trígono Capital. A gestora possui exposição na ação PCAR3. 

Segundo Werner, o mercado avalia que a gestão da companhia poderia melhorar com a entrada de novos sócios, além de expectativas de que tenham que pagar um prêmio para levar um volume maior de papéis. Como a empresa possui um tag along de 100%, isso significa que, no caso de a companhia ser vendida, os minoritários devem receber pelas suas ações o mesmo valor pago ao acionista controlador. 

"A agressividade de ambos os empresários no GPA pode demonstrar que eles avaliam que o mercado não está pagando o preço que deveria valer”, comenta Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos

Esteter reforça ainda que a alta reflete a confiança que os investidores possuem nos dois nomes. 

“O Diniz já tem uma história muito grande no próprio GPA e começou a construir no Carrefour. Tem uma noção muito grande de como tocar o negócio, torná-lo rentável. O Klein também tem um conhecimento enorme sobre o varejo como um todo, basta ver o turnaround que ocorreu em Via desde que se tornou o principal acionista da empresa, na metade de 2019”.

Com as notícias, as ações da Via subiram quase 4% ontem. 

Para o analista, o interesse de ambos dá uma sinalização interessante de que PCAR3 nesse patamar de 40 reais, com follow on da Cnova que deve ocorrer em breve e possível venda da participação, “pode ser um bom ponto de entrada e não de saída". 

Na avaliação de Pedro Serra, gerente de research da Ativa Investimentos, a movimentação também é positiva para a rede brasileira, uma vez que “teria o fim de possíveis conflitos de interesse entre a diretoria que toca hoje o GPA e seu acionista majoritário, o grupo Casino”.

O negócio poderia atrair ainda outros players, avalia Roger. “Para nós, quem poderia dar a grande tacada seria a Magazine Luiza (MGLU3)”, comentou. “A combinação de negócios seria fantástica e a reprecificação da Magalu, com os números do GPA, daria um salto absurdo em Bolsa, mais as sinergias”. Na segunda-feira, os papéis MGLU3 fecharam em alta de 0,9%.

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