Para Mauro Leos o Brasil está indo na direção certa para conseguir a elevação de rating (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 8 de outubro de 2012 às 14h19.
São Paulo -Nos últimos 10 anos, o rating do Brasil dado pela agência de classificação de risco Moody’s, saltou de B2 para os atuais Baa2+, onde estamos desde junho de 2011. Foi, em média, uma elevação de rating a cada 2 dois anos, refletindo o crescimento econômico e institucional que o país vivenciou na última década.
O próximo objetivo agora é alcançar o rating Baa1, decisão que pode acontecer até o fim deste ano. Segundo as regras da Moody’s, um país não pode ficar classificado como “perspectiva positiva” por mais de 18 meses, prazo que vence em dezembro. Neste momento, a agência terá duas opções, ou mantém o rating soberano do Brasil em Baa2 com perspectiva estável, ou eleva o rating brasileiro para Baa1.
O vice presidente para a América Latina da agência, Mauro Leos, disse nesta quinta-feira, na conferência anual da Moody’s América Latina realizada em São Paulo, que para o país ter sua classificação elevada, é preciso que apresente fortalecimento da economia e que continue fazendo progressos em relação à responsabilidade fiscal.
“Achamos que o país vai nessa direção principalmente com as últimas atitudes do governo, que se mostra aberto ao investimento privado”, disse Leos tentando desconversar sobre qual seria a decisão da agência. Ele também disse que a maior mudança estrutural do país tem sido o declínio das taxas de juros.
Ele ainda destacou que, no médio prazo, para chegar a receber uma classificação de rating A, os desafios são ainda maiores. Para isso acontecer, “é preciso que a economia cresça 5% ou mais”, que o mercado de capitais se desenvolva e que o BNDES deixe de ser a principal fonte de investimentos para o país.
Objetivo A
Além disso, uma simples comparação com os países que já têm o rating A mostra que o Brasil ainda está muito atrás, mesmo quando comparado com outros países latino-americanos ou do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China). “As instituições fiscais são mais fortes nos outros países”, explica Leos.
Entre os países da América Latina, Chile (Aa) e México (Baa1) têm ratings melhores que o brasileiro. Nos BRICs, Russia (Baa1) e China (Aa) também estão a nossa frente. O indicador que melhor mostra o motivo de ainda ficarmos para trás é a relação entre as receitas e os encargos da dívdida do Brasil.
Enquanto o Brasil tem uma taxa de 15%, a do México é de apenas 9,5% e a do Peru (também Baa2) é de 5,5% - entre os países com rating A, a taxa fica em média em 6%. Isso significa que o país tem mais dificuldades que os outros para honrar suas dívidas.