Mercados

O que mudaria na Bolsa com o fim do governo Dilma

Possível cenário de crescimento dos pré-candidatos na corrida presidencial deve ser analisado com cautela, pois Dilma ainda é favorita nas pesquisas


	Desde o início do mandado da presidente Dilma Rousseff, a Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil têm perdido valor de mercado
 (Getty Images/Carlos Alvarez)

Desde o início do mandado da presidente Dilma Rousseff, a Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil têm perdido valor de mercado (Getty Images/Carlos Alvarez)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 20 de março de 2014 às 16h02.

São Paulo – Os rumores sobre a possibilidade de crescimento na campanha eleitoral dos principais opositores do governo, Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB), têm movimentado o mercado financeiro. A expectativa é que uma pesquisa da campanha presidencial realizada pelo Ibope seja divulgada ainda esta semana.

Para Rodolfo Amstalden, analista da Empiricus, o cenário de crescimento dos pré-candidatos na corrida presidencial deve ser analisado com cautela. Isso porque as pesquisas anteriores divulgadas apontam que a presidente Dilma Rousseff lidera com folga as intenções de voto e o cenário não deve mudar drasticamente.

“Os investidores reagiriam com bastante otimismo caso haja segundo turno. O mercado já precificou a reeleição de Dilma. Todo mundo já sabe como é o governo. E mesmo que a presidente faça várias promessas, ninguém comprará de antemão", diz Amstalden.

O economista da Legan Asset, Fausto Gouveia, acrescenta que analisar como o mercado reagiria caso Aécio Neves ou Eduardo Campos fossem eleitos ainda é cedo. “Sabe-se pouco sobre as propostas de governo dos dois. Tudo ainda é muito prematuro.”

Principais mudanças

Os analistas afirmam ainda que caso haja uma mudança de governo os papéis da principais estatais, como Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil, seriam beneficiados. Isso porque estas empresas sofrem a interferência do governo de Dilma para controlar a inflação.

“O reajuste dos combustíveis, no caso da Petrobras, é limitado, para segurar os preços. O Banco do Brasil fomenta o crédito para os outros irem pelo mesmo caminho. O governo não está pensando no lucro do investidor minoritário, o que afasta tanto os investidores locais, como os estrangeiros e derruba o valor dos papéis”, diz Gouveia.


Para Gouveia, no caso de a eleição de Aécio Neves, o mercado se basearia nos mandatos de Fernando Henrique Cardoso, em que a interferência do governo era menor e o Banco Central tinha mais independência.

Em relação a Eduardo Campos, os investidores seriam mais cautelosos devido a aliança com Marina Silva, ex-senadora que aceitou ser vice-presidente do pré-candidto do PSB. “A Marina não tem uma cabeça muito voltada para o mercado.”

Estatais encolheram

Desde o início do mandado da presidente Dilma Rousseff, a Petrobras, Eletrobras e Banco do Brasil têm perdido valor de mercado.

Um levantamento realizado pela Economática a pedido da EXAME.com revela que em janeiro de 2011, o valor de mercado da Petrobras era de 376 bilhões de reais. Hoje, a companhia vale 169 bilhões de reais, menos da metade.

O Banco do Brasil também não escapou do pessimismo com as estatais. Há quatro anos, o BB possuia um valor de mercado de 89 bilhões de reais. Hoje, vale 55 bilhões de reais.

Já a Eletrobras passou de 26 bilhões de janeiro de 2011 para oito bilhões de reais em março deste ano.

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