Painel de cotações da B3: ações da empresa recuaram 1,86% nesta segunda-feira | Foto: Germano Lüders/EXAME (Germano Lüders/Exame)
Beatriz Quesada
Publicado em 13 de dezembro de 2021 às 16h11.
Última atualização em 13 de dezembro de 2021 às 19h00.
A B3 (B3SA3) não fugiu de questões difíceis em sua última reunião com investidores e analistas. Em seu investor day, realizado na última sexta-feira, 10, a companhia abordou várias preocupações dos principais investidores, incluindo a sustentabilidade do ADTV (volume médio de negociação), a concorrência e a capacidade de inovação.
O saldo foi positivo na visão de analistas, que recomendaram que os investidores comprem ou mantenham a ação. Confira abaixo as recomendações de analistas de quatro bancos de investimento:
Instituição |
Recomendação |
Preço-alvo |
Upside* |
Bradesco BBI | Outperform, equivalente a compra | R$ 15,00 |
21,16% |
Credit Suisse | Outperform, equivalente a compra | R$ 16,00 |
29,24% |
Goldman Sachs | Neutro | R$ 15,50 |
25,20% |
Santander | Compra |
- |
- |
*Potencial de valorização considerando o preço do fechamento de sexta-feira, 10, em R$12,38 |
Entre os pontos positivos apontados pelos analistas estão a forma como a companhia tratou a possível chegada de uma nova bolsa ao Brasil – atualmente a B3 é a única bolsa no País. “[Para a empresa] a potencial concorrência é mais uma oportunidade do que uma ameaça devido às receitas adicionais de arbitragem, serviço e dados para um potencial recém-chegado”, comentam os analistas do Credit Suisse.
Já o Goldman Sachs se mostra um pouco mais cauteloso com o papel, mesmo com a constatação de que a ação está sendo negociada 8% abaixo dos múltiplos históricos de preço/lucro (P/L). Isso porque, segundo o banco, o ano de 2022 deve ser mais desafiador por causa da “elevação de riscos macroeconômicos, que podem impactar o volume de negociações”.
Apesar da avaliação de neutra para positiva, as ações da B3 fecharam em queda de 1,86% nesta segunda-feira, dia 13, aos 12,15 reais. No ano, a queda acumulada é de 39,43%.
A B3, por outro lado, reforçou no B3 Day que a sua operação pode continuar a crescer mesmo com um cenário econômico adverso e justificou a expectativa com a atuação em novos produtos. Entre os regulamentados, a empresa deve se concentrar em ETFs (fundos de índice), derivativos e futuros de ativos digitais.
Já para produtos não-regulamentados, como criptoativos, a B3 pretende desenvolver uma infraestrutura com parceiros para atender toda a cadeia de valor, abrangendo tokenização de ativos, negociação, custódia.
Outro destaque foi o setor de dados, fortalecido pela aquisição da empresa de big data Neoway em outubro deste ano. À época, a B3 afirmou que a aquisição estava em linha com a “estratégia de desenvolver produtos de dados e análises para os mercados financeiro e de capitais, bem como o de crédito e varejo, atendendo tanto clientes financeiros quanto clientes de outros mercados".