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O plano de Temer; Bolsa não se anima…

As medidas de Temer O governo Temer anunciou nesta terça-feira seu primeiro grande pacote de medidas econômicas. A equipe econômica divulgou que vai enviar ao Congresso uma emenda constitucional para criar um teto para o crescimento dos gastos do governo. Para limitar o crescimento da despesa primária, o governo usará a inflação do ano anterior, […]

MICHEL TEMER: esta é a primeira pesquisa desde que Temer se tornou presidente oficialmente / Adriano Machado / Reuters

MICHEL TEMER: esta é a primeira pesquisa desde que Temer se tornou presidente oficialmente / Adriano Machado / Reuters

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Da Redação

Publicado em 24 de maio de 2016 às 18h49.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 18h49.

As medidas de Temer

O governo Temer anunciou nesta terça-feira seu primeiro grande pacote de medidas econômicas. A equipe econômica divulgou que vai enviar ao Congresso uma emenda constitucional para criar um teto para o crescimento dos gastos do governo. Para limitar o crescimento da despesa primária, o governo usará a inflação do ano anterior, ou seja, em caso de uma inflação de 7% em 2016, a despesa do próximo ano cresceria apenas os 7%. Estarão atrelados a esse limite, inclusive, as despesas com saúde e educação. O governo também quer adiantar a devolução, pelo BNDES, de 100 bilhões de reais em empréstimos feitos pelo Tesouro. Seriam 40 bilhões de reais imediatos mais duas parcelas de 30 bilhões de reais nos próximos dois anos. Os contratos venciam entre 2027 e 2060.

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As medidas de Temer 2

A equipe econômica de Temer anunciou ainda que quer acabar com o Fundo Soberano, criado durante o governo Lula para gerir os recursos do pré-sal. O objetivo é utilizar os cerca de 2 bilhões de reais que estão aplicados para cobrir o endividamento público. O anúncio fez as ações do Banco do Brasil caírem 5,5%, já que o fundo tem mais de 100.000 ações do banco que devem ser vendidas.

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Temer não convence investidores

O pacote econômico anunciado pelo governo nesta terça-feira não foi suficiente para animar investidores. O Ibovespa fechou o dia com alta de 0,03%. Analistas destacam que as medidas anunciadas trouxeram dúvidas sobre os impactos reais na economia. Mais do que isso, a bolsa foi impactada pela falta de quórum na sessão da Comissão Mista de Orçamento que votaria a meta fiscal. Além da votação ser considerada essencial para manter a economia do país em andamento, esse é o primeiro desafio do governo e deve servir de termômetro da força que o governo tem para aprovar medidas maiores, como a reforma na Previdência.

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Mais um problema para o BTG

O banco BTG Pactual recebeu nesta terça-feira a aprovação dos órgãos reguladores para vender o controle de seu banco suíço BSI. Juntamente com isso veio a notícia sobre as punições ao BSI por causa de investigações sobre lavagem de dinheiro e falha de compliance. As penalidades envolvem um confisco nos lucros no valor de 95 milhões de francos suíços (cerca de 339 milhões de reais) e uma multa de 13 milhões de dólares (algo em torno de 33 milhões de reais). Segundo a empresa, isso reduzirá o valor que a EFG International pagará ao BTG pelo banco. Em nota, o BTG disse que buscará indenização com o grupo italiano Generali, antigo dono do BSI, já que as irregularidades teriam acontecido quando o Generali controlava o banco. Ainda assim, as ações do BTG subiram 0,49% nesta terça.

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Dólares entrando

O Banco Central informou que foram injetados 6,8 bilhões de dólares em investimentos diretos no país em abril. O somatório do ano é de 25,7 bilhões de dólares e dos últimos 12 meses é de 79 milhões, o que representa 4,61% do PIB. O investimento estrangeiro em ações brasileiras também foi positivo — 1,5 bilhão de dólares —, embora menor do que o registrado no mesmo mês do ano passado, quando foram investidos 3,7 bilhões em papéis nacionais.

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BC divulga contas

De acordo com o Banco Central, as contas externas fecharam com superávit de 412 milhões de dólares em abril. É o primeiro resultado positivo desde abril de 2009, quando o resultado foi de 125 milhões de dólares. As contas são as transações correntes, compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do país com o mundo. Em abril do ano passado, o déficit da conta foi de 6,8 bilhões de dólares.

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Relator aprova Goldfajn

O relator no Senado da indicação de Ilan Goldfajn para a presidência do Banco Central, senador Raimundo Lira (PMDB), disse que vai emitir parecer favorável nesta terça-feira. Para o jornal Folha de S.Paulo, Lira afirmou que pretende apresentar o parecer ainda nesta semana, para que Goldfajn possa ser sabatinado na próxima sessão da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, que acontece na terça-feira 31. A confirmação da data depende da presidente da comissão, Gleisi Hoffmann (PT), que pode proibir que o relatório seja votado no mesmo dia da sabatina. Caso Goldfajn não seja sabatinado no fim deste mês, a próxima data de reunião da comissão é 7 de junho.

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