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O plano da Ambev (ABEV3) para lucrar com a 1ª Copa do Mundo no verão

Companhia vê "excelente oportunidade" de alavancar vendas e plataformas como Zé Delivery e BEES

Consumo de cerveja no Brasil foi destaque em balanço do segundo trimestre (FG Trade/Getty Images)

Consumo de cerveja no Brasil foi destaque em balanço do segundo trimestre (FG Trade/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 28 de julho de 2022 às 17h27.

Última atualização em 28 de julho de 2022 às 19h28.

Calor e futebol. A mistura, que historicamente tem efeitos explosivos para o consumo de cerveja, deve ganhar contornos inéditos neste ano. Isso porque a Copa do Mundo do Catar, que iniciará excepcionalmente no fim do ano, será a primeira da história a ser realizada durante o verão brasileiro. É justamente para esse evento que a Ambev (ABEV3) prepara a sua maior aposta. 

“Estamos com muita expectativa para a Copa, será um momento muito importante. Os próximos três meses serão de polarização política [devido às eleições]. A Copa trará o alívio para reunir o país como um todo. Estamos muito preparados em termos de logística e marketing”, disse Jean Jereissati, CEO da Ambev, após o resultado do segundo trimestre divulgado nesta quinta-feira, 28.

A companhia encerrou o período com 42 milhões de hectolitros vendidos, o maior volume já registrado para um segundo trimestre. A expectativa da Ambev é de que o evento, somado à retomada do consumo fora de casa que puxou o resultado do último trimestre, impulsione ainda mais as vendas de cerveja no fim do ano. 

“Uma Copa do Mundo no verão depois de dois anos de pandemia vai ajudar bastante no resultado do ano. Mas a questão será a estruturação das marcas e plataformas para que os benefícios permaneçam para 2023”, disse Jereissati.

O trunfo da Ambev para Copa

Uma das iscas para conquistar a fidelidade do consumidor será a facilidade de acesso aos produtos da Ambev. “Será a primeira Copa em que poderemos atender nossos clientes e consumidores alavancando tecnologia. Não existia o marketplace da BEES na última Copa (B2B) e o Zé Delivery (B2C) não tinha a escala que tem hoje”, disse Lucas Lira, CFO e diretor de RI da Ambev, em coletiva de imprensa. “A Ambev poderá oferecer produtos e serviços com maior conveniência.”

O Zé Delivery encerrou o segundo trimestre com 15 milhões de pedidos atendidos, 4 milhões de usuários mensais e crescimento de 7% no volume bruto de mercadorias vendidas (GMV, na sigla em inglês). 

“Teremos mais ocasiões de consumo [de cerveja], com evento de tamanha magnitude, que é a Copa do Mundo, no quarto trimestre com entrada do verão. Será um ótimo momento para estar presente na vida dos consumidores”, afirmou Lira.

Parte do plano, segundo o CFO, envolve “entregar os produtos, com embalagens certas e nas ocasiões certas”.

 “Historicamente, a embalagem mais presente no bar é a de 600 ml retornável. Então, era supercomum encontrar Brahma, Skol e Antártica nesses formatos no Bar. Agora, os consumidores continuam encontrando esses produtos, mas estão encontrando também Budweiser, Becks, Spaten e Brahma Puro Malte em garrafas de 600 ml”, explicou Lira.

A estratégia já em vigor, disse Lira, tem contribuído não só para a Ambev aumentar o volume de venda de cerveja, mas também ganhar participação de mercado. 

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Investimento em publicidade

Na frente de marketing, a companhia espera dar início em breve às campanhas publicitárias para a Copa do Mundo. A expectativa da Ambev é de que os efeitos sobre os gastos tenha início já no balanço do terceiro trimestre. 

“Há investimentos de vendas e marketing para um evento desta magnitude. É uma excelente oportunidade que teremos no quarto trimestre para alavancar não só vendas, mas também nossas plataformas de tecnologia para atender clientes e consumidores”, afirmou Jereissati.

Os trabalhos de publicidade para a Copa tiveram início nesta semana, em reunião com mais de 50 pessoas. A questão central foi: “o que podemos fazer nessa Copa para nos deixar em uma condição melhor em 2023?”

“Foi um dia em que extraímos muitas lições e montamos um plano muito bom. Foi uma oportunidade de solucionar problemas para fazer com que essa Copa seja mais inclusiva, para que haja maior interesse entre os jovens e participação maior do público feminino”, disse Jereissati.

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