Caixa eletrônico: Itaú é a ação favorita de analistas de bancos (Helder Faria/Getty Images)
Repórter
Publicado em 21 de abril de 2024 às 11h03.
Última atualização em 21 de abril de 2024 às 11h29.
Nenhum banco tem agregado tanta confiança do mercado quanto o Itaú, presente nas principais carteiras recomendadas do país. Levantamento recente feito pela Exame Invest mostra que o banco é a principal escolha de analistas de sell side. De 13 carteiras sugeridas, 8 recomendam o Itaú. O banco também é o preferido entre seus pares. Com recomendações de compra, Banco do Brasil, Santander e BTG Pactual veem um potencial de alta entre 15% e 40% para as ações do Itaú na bolsa.
O otimismo é explicado especialmente pelos resultados recentes e perspectivas de manutenção do momento positivo. O Itaú, junto com o Banco do Brasil, foi o que apresentou maior lucro entre os bancos brasileiros no ano passado, próximo de R$ 35 bilhões. Só que, diferentemente do banco estatal, o Itaú é imune aos riscos de interferência política.
O BTG tinha o Banco do Brasil como principal escolha do setor, mas o retirou de sua carteira recomendada após a Petrobras suspender a distribuição dos dividendos extraordinários por determinação do governo. Os analistas do BTG afirmam que o BB deixou de ser a "escolha óbvia" que era até ano passado, enquanto o Itaú permanece a principal escolha do setor para investidores locais e estrangeiros.
Além do resultado passado, as projeções operacionais do Itaú para este ano ajudam a ancorar o otimismo. O guidance de lucro recorrente de R$ 40 bilhões para 2024, segundo analistas do Santander, "deixa claro que o Itaú se encontra em um melhor momento operacional que os pares privados".
O diferencial do Itaú, na avaliação de analistas do Banco do Brasil, está a relação equilibrada "entre crescimento e rentabilidade, graças a um mix de crédito favorável, dividido entre perfis pessoa física, pessoa jurídica, grandes empresas e varejo de alta renda".
"Com a continuidade da queda dos juros esperada para 2024, vemos o Itaú bem posicionado para continuar rentabilizando sobre uma carteira de crédito com maior apetite, à medida que vemos uma inadimplência com viés de queda", afirmam os analistas do Banco do Brasil.
Um dos questionamentos é se a ação não estaria cara. O Itaú está com um preço/lucro na casa de 8 vezes, enquanto o Banco do Brasil, em 4 vezes. Mas analistas do BTG defendem que o preço mais alto é justificável, dado o menor risco da ação.
"Apesar da forte valorização no ano passado, as ações do Itaú ainda são atrativas. Sob a liderança de Milton Maluhy, o banco vem passando pela transformação digital mais efetiva entre os bancos incumbentes, o que acreditamos que permitirá ampliar a sustentabilidade no ROE em comparação com os pares."
A temporada de balanços do primeiro trimestre dos bancos começará nesta semana, com a divulgação dos números do Santander na quinta-feira, 25. O resultado do Itaú está previsto para o dia 7 de maio, e os do Bradesco e BB, para os dias 2 e 8, respectivamente.