Repórter
Publicado em 21 de janeiro de 2025 às 12h09.
Última atualização em 21 de janeiro de 2025 às 12h36.
A Nvidia (NVDA) ultrapassou a Apple (AAPL) em valor de mercado, tornando-se a empresa mais valiosa dos Estados Unidos. Por volta das 9h30 (horário de Nova York), as ações da Nvidia eram negociadas a US$ 139,03, com valorização de 0,96%, enquanto as da Apple recuavam 2,57%, cotadas a US$ 224,06.
A queda nas ações da Apple resultou em uma diminuição drástica de seu valor de mercado, que passou de US$ 3,47 trilhões no fechamento de 17 de janeiro para US$ 3,38 trilhões na manhã do dia 21, segundo análise da Elos Ayta Consultoria.
O ajuste representa uma perda de US$ 89,4 bilhões, montante maior que o valor de mercado da Petrobras (PETR3; PETR4), atualmente avaliado em US$ 85,1 bilhões.
Para Einar Rivero, sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, a mudança no topo reflete o crescimento acelerado de setores emergentes, como o de inteligência artificial, em detrimento de segmentos mais tradicionais.
A Nvidia, ao fortalecer sua posição em áreas de alta demanda, atraiu o interesse dos investidores, que buscam empresas com grande potencial de inovação e rentabilidade.
Por outro lado, a Apple enfrenta uma pressão maior devido à dependência de suas linhas de hardware, que têm enfrentado um cenário mais competitivo e de menor margem de crescimento.
O ano fiscal de 2024 foi marcado por uma performance mista da Apple, refletindo sua capacidade de gerar receita robusta, mas também as dificuldades em manter a liderança em mercados estratégicos. Com um faturamento anual recorde de US$ 391 bilhões, a empresa superou os US$ 383,3 bilhões do ano anterior, indicando um crescimento modesto de 2%. No entanto, essa expansão foi acompanhada por desafios, especialmente no segmento de smartphones e na China.
Os serviços foram o destaque de 2024. O segmento apresentou um crescimento de 13% no ano fiscal, passando de US$ 85 bilhões para US$ 96 bilhões. O quarto trimestre foi particularmente forte, com aumento de 11,9% na receita, impulsionado por assinaturas como o iCloud e a App Store.
Já o iPhone, carro-chefe da Apple, registrou um crescimento anual modesto de 0,5%, atingindo US$ 201 bilhões. No quarto trimestre, as vendas de iPhone cresceram 5,5%, somando US$ 46,22 bilhões, refletindo a resiliência da marca mesmo em um mercado saturado.
Em contrapartida, outros produtos tiveram performances variadas. O iPad cresceu 7,9% no último trimestre, mas apresentou queda de 5% ao longo do ano. O Mac registrou crescimento anual de 3,5%, enquanto o segmento de wearables, dispositivos de Internet das Coisas (IoT) doméstico e acessórios caiu 7,5%.
Apesar dos avanços, o cenário competitivo trouxe complicações para o gigante. O lucro líquido recuou 2% no terceiro trimestre, indicando pressões sobre as margens de lucro.
A China, mercado crítico para a Apple, foi outro ponto de preocupação. As vendas no país caíram 6,5% no terceiro trimestre, e a empresa perdeu a liderança no mercado de smartphones, caindo para a terceira posição. Empresas como a Xiaomi continuam a crescer mais rapidamente, desafiando a posição da Apple no segmento.