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'Nunca foi por dinheiro', diz CEO do Banco do Brasil, após ter reajuste salarial ‘rejeitado’

Tarciana Medeiros recebe 94,4% menos que os pares no comando de bancos privados

Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil  (Leandro Fonseca/Exame)

Tarciana Medeiros, CEO do Banco do Brasil (Leandro Fonseca/Exame)

Beatriz Quesada
Beatriz Quesada

Repórter de Invest

Publicado em 9 de maio de 2024 às 11h38.

Última atualização em 9 de maio de 2024 às 11h55.

Tarciana Medeiros, presidente do Banco do Brasil (BBAS3), ganhou os holofotes nas últimas semanas após o conselho de administração do banco colocar em pauta um reajuste salarial que elevaria o salário da CEO de R$ 74,97 mil para R$ 117,47 mil – um aumento de 56,7%. A assembleia de acionistas rejeitou a proposta inicial e elevou o salário da presidente em 4,62%, para R$ 78,43 mil.

O valor, apesar de muito acima da média salarial brasileira, fica aquém da remuneração dos presidentes de bancos privados brasileiros, que ganham até 94,4% mais que Medeiros. A estimativa é do consultor em governança Renato Chaves, com dados divulgados pela Forbes Brasil.

“Estou aqui há 24 anos: nunca foi por dinheiro”, disse Medeiros em coletiva nesta quinta-feira, 9, para comentar o resultado do BB no primeiro trimestre. O banco estatal apresentou lucro de R$ 9,3 bilhões no período, com rentabilidade de 21,7% – indicadores que só ficam atrás dos apresentados pelo Itaú.

A defasagem da remuneração dos executivos do BB em relação aos pares é pauta no conselho há anos segundo Geovanne Tobias, CFO do banco. Existe um comitê de remuneração que recomenda o ajuste ao conselho, que, por sua vez, coloca o assunto na pauta da assembleia.

“Estamos em um mercado altamente competitivo e com resultados comparáveis aos pares. Então não seria de se esperar outra recomendação do comitê de remuneração”, acrescentou Tobias. 

O lucro do BB no primeiro trimestre foi maior que os resultados de Bradesco e Santander somados. O Bradesco apresentou lucro de R$ 4,2 bilhões, enquanto o Santander Brasil teve R$ 3 bilhões em resultado no primeiro trimestre.

Ações descontadas

Os executivos comentaram ainda sobre a defasagem das ações do Banco do Brasil em relação aos pares privados. Enquanto os concorrentes são negociados com um valor de mercado na casa de 11 vezes no indicador preço/lucro (P/L), o BB é negociado a 4,7 vezes nos cálculos do banco.

“Entendemos que o valor das nossas ações ainda não refletem o fato de estarmos entre os bancos mais rentáveis do país. Entendemos que o nosso valuation ainda está distante do que achamos justo”, comentou a presidente.

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