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Nubank: ação sai a US$ 9 no IPO, no topo da faixa. Banco vale US$ 41,5 bi

Banco digital estreia nesta quinta na Bolsa de Nova York com valor de mercado acima do Itaú, coroando ascensão meteórica iniciada há oito anos com cartão de crédito sem anuidade

Sede do Nubank na avenida Rebouças, em São Paulo: estreia na B3 terá cerimônia nesta sexta-feira | Foto: Divulgação (Nubank/Divulgação)

Sede do Nubank na avenida Rebouças, em São Paulo: estreia na B3 terá cerimônia nesta sexta-feira | Foto: Divulgação (Nubank/Divulgação)

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Marcelo Sakate

Publicado em 8 de dezembro de 2021 às 20h22.

Última atualização em 9 de dezembro de 2021 às 10h09.

O Nubank (NU) vai estrear na Bolsa de Nova York (Nyse) nesta quinta-feira, dia 9, com a ação a 9 dólares, no topo da faixa indicativa de preços, que se estendia de 8 a 9 dólares. Isso significa que o maior banco digital da América Latina e um dos maiores do mundo será listado com um valor de mercado aproximado de 41,5 bilhões de dólares. As informações sobre a precificação foram divulgadas pelo banco no início da noite desta quarta-feira, dia 8.

O preço do BDR (recibos de ações listadas no exterior), que será negociado na B3 com o ticker NUBR33, saiu a 8,36 reais ao câmbio desta quarta. Esse papel equivale a 1/6 da ação ordinária de classe A na Bolsa de Nova York.

O banco digital sai avaliado acima de concorrentes tradicionais como Itaú Unibanco (ITUB4) e Bradesco (BBDC4), que encerraram a quarta-feira com valor de mercado de 37,8 bilhões e 33,4 bilhões de dólares, respectivamente.

Na moeda brasileira, o Nubank larga avaliado em cerca de 230 bilhões de reais, acima dos 209 bilhões do Itaú e dos 184,7 bilhões de reais do Bradesco, ao câmbio de fechamento do dólar comercial desta quarta.

A precificação da oferta no topo coroa -- por ora -- uma trajetória de ascensão meteórica e de construção de marca rara no empreendedorismo brasileiro. Em apenas oito anos, a fintech fundada pelo colombiano David Vélez, a brasileira Cristina Junqueira e o americano Edward Wible deixou de ser uma startup de nicho com um único produto, um cartão de crédito roxo sem cobrança de anuidade, em um gigante global de serviços financeiros.

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Atualmente o Nubank oferece de diferentes produtos de crédito a seguros, passando por investimentos -- frente em que ganhou escala com a aquisição da Easynvest há pouco mais de um ano -- e, mais recentemente, por um marketplace para a venda de produtos com parceiros como Magazine Luiza (MGLU3) e a chinesa AliExpress.

No caminho, o Nubank construiu uma base que chegava a 48,1 milhões de clientes em três países, Brasil, Colômbia e México, no terceiro trimestre, com níveis de NPS (Net Promoter Score, métrica de satisfação do consumidor) acima de 90 pontos, uma raridade no setor financeiro. Atraiu alguns dos maiores fundos de venture capital do mundo para a base de acionistas, como Sequoia Capital, Tiger Global e Softbank, além do megainvestidor Warren Buffett.

Segundo o prospecto para a oferta, 5,1 milhões de clientes tiveram seu primeiro acesso a um cartão de crédito ou a uma conta bancária por meio do banco, o que corrobora com o discurso de disrupção do segmento bancário, ao mesmo tempo em que se mostra um desafio adicional de rentabilização dessa base.

“O IPO irá aumentar nossa capacidade de inovar, crescer e trazer melhores produtos para ainda mais clientes. É mais um passo na jornada de democratizar o acesso aos serviços financeiros. Esse é apenas o começo”, disse David Vélez em mensagem no blog do Nubank.

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Cristina Junqueira, Edward Wible e David Vélez, fundadores do Nubank | Foto: Divulgação (Divulgação/Divulgação)

Da base de 48,1 milhões de clientes, 35,3 milhões são considerados usuários ativos mensais, o que sinaliza que a execução do plano estratégico de ampliar gradualmente o número de produtos e serviços está surtindo efeito no objetivo de elevar o engajamento dos clientes e, consequentemente, rentabilizar a operação.

Na reta final para o IPO, na semana passada, o Nubank divulgou uma atualização de seu prospecto com uma redução da ordem de 20% da faixa de preço pretendida para o IPO, que passou de 10 a 11 dólares para o intervalo de 8 a 9 dólares pela ação de classe A.

A mudança ocorreu em meio a um cenário adverso do mercado global (antes da recente recuperação nesta semana) e à reavaliação de múltiplos aceitos por investidores para ações de tecnologia, de empresas de alto crescimento.

Com o ajuste, o valuation máximo pretendido passou de 51 bilhões para cerca de 41,5 bilhões de dólares.

O banco movimentou 2,6 bilhões de dólares com a oferta base, integralmente primária (os recursos vão para o caixa da empresa); o volume pode chegar a até 3,4 bilhões de dólares contando os lotes adicional e suplementar.

Os bancos coordenadores da oferta global foram Morgan Stanley, Goldman Sachs e Citi, além do próprio Nu Invest no Brasil.

 

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