Bovespa: critérios de entrada de uma ação no Ibovespa a partir da vigência da nova metodologia incluem um “índice de negociabilidade” dos papéis (Alexandre Battibugli/EXAME)
Da Redação
Publicado em 29 de abril de 2014 às 18h19.
São Paulo - A nova metodologia de composição do Índice Bovespa entra em vigor a partir da abertura do pregão da próxima segunda-feira. Para analistas do banco de investimentos Bank of America Merrill Lynch, as mudanças tornarão a carteira do Ibovespa menos arriscada, mas também com menor potencial de alta.
De acordo com informações divulgadas pela BM&FBovespa em setembro de 2013, os critérios de entrada de uma ação no Ibovespa a partir da vigência da nova metodologia incluem um “índice de negociabilidade” dos papéis, uma frequência mínima de negociação – as ações devem ter sido negociadas em 95% dos pregões que antecederam sua inclusão no índice –, dentre outros fatores. Outra regra importante é a de que ações com valor unitário abaixo de R$ 1,00 ficarão de fora do índice.
Segundo o analista Felipe Hirai, que assina o relatório enviado pela Merrill Lynch a clientes, as mudanças no cálculo reduzirão o potencial médio de oscilações da carteira teórica do Ibovespa em 8,3%, considerando um horizonte de 90 dias.
Alta menor projetada
Contudo, um efeito colateral negativo será a perda de potencial de valorização. De acordo com o relatório, o alvo de longo prazo para o Ibovespa passará a ser de 61,8 mil pontos, de 65,6 mil pontos na atual metodologia de cálculo.
O lucro por ação do novo Ibovespa também deve cair em torno de 0,9% em 2014 e cerca de 10,6% em 2015. Essa queda, segundo o analista da Merrill Lynch, apesar de negativa, leva a uma perspectiva de crescimento mais factível do lucro por ação em 2015.
Setorial
Os setores que devem ganhar mais espaço na composição do Ibovespa, de acordo com o relatório, são o financeiro (+2,6%) e o de bens de consumo (+2,7%). As maiores quedas devem ser dos setores de bens de consumo discricionários (-3,2%) e matérias primas (-1,4%).
Itaú Unibanco (+2,0%), Ambev (+1,7%) e Bradesco (+1,3%) são as empresas que terão maior aumento de participação no Ibovespa. As que mais perderão serão PDG (-0,6%), Gafisa (-0,5%) e Cyrela (-0,4%).
Ainda segundo a Merrill Lynch, as ações da MMX serão as únicas incluídas no Ibovespa, e as ações da Prumo Logística (ex-LLX) serão as únicas excluídas.