Vivara: novas mudanças de gestão devem ampliar os ruídos de governança da companhia. (Shopping Mueller/Divulgação)
Repórter de Mercado Imobiliário
Publicado em 11 de fevereiro de 2025 às 14h25.
A Vivara (VIVA3) operava em queda no começo da tarde terça-feira, 11 Na mínima, os papéis chegaram a cair 3%, impulsionadas pelo anúncio de que o diretor-executivo de Marketing & Expansão, Leonardo Bichara, seria destituído. Às 14h, os papéis da joalheria tinham declínio de 2,96%, a R$ 19,70.
Bichara também era responsável pelas operações de e-commerce e. Para analistas do JPMorgan, a saída do executivo foi causada por problemas operacionais ligados à reforma de lojas e à execução de novas coleções no e-commerce. Com isso, a posição dele continua vaga temporariamente e a divisão de Marketing continua sob a liderança da gerente-executiva Caroline Souza. A equipe de e-commerce agora, no entanto, se reportará a Bruno Denardin, COO, e a equipe de expansão se reportará a Elias Leal, CFO.
Para o Santander, apesar da expectativa por um quarto trimestre sólido, os analistas opinam que a desaceleração nas expectativas de crescimento das vendas tem despertado preocupação dos investidores sobre o possível impacto da alta rotatividade de gestão nos últimos meses à operação da companhia.
"Embora esperemos um 4T24 sólido, notamos que a desaceleração sequencial nas expectativas de crescimento de vendas já gerou preocupações dos investidores sobre o impacto potencial nas operações da empresa devido à alta rotatividade da gestão nos últimos meses."
O banco manteve a classificação Outperform, considerando a avaliação atrativa das ações (um P/L de 2025E de 8x, amplamente em linha com seus pares) e a natureza resiliente do negócio de varejo de joias. Entretanto, o Santander acredita que no curto prazo, as ações podem ser prejudicadas por preocupações relacionadas à rotatividade da gestão e os potenciais impactos dessa situação nas operações.
Em novembro de 2024 o conselho da Vivara decidiu colocar o então diretor de operações, Icaro Borrello, como novo CEO da companhia. Otavio Lyra, que havia assumido em março do mesmo ano, deixou a companhia "em comum acordo", segundo comunicado da época.
Antes disso, quem havia assumido o controle da companhia era Nelson Kaufman, fundador da Vivara. Dez dias depois, no entanto, foi comunicado que ele voltou atrás e a companhia aprovou a indicação do então CFO, Lyra, para presidir o conselho.
Apesar de dificilmente causar disrupção na empresa, as novas mudanças de gestão devem ampliar os ruídos de governança, de acordo com analistas do JPMorgan em relatório.
"Essa mudança específica foi desencadeada por problemas operacionais relacionados à reforma de lojas e à execução de novas coleções no e-commerce, sugerindo processos internos deficientes que precisam ser fortalecidos com pessoas. Além disso, mais uma vez um gestor deixa a empresa sem um substituto imediato em tempo integral, levantando mais dúvidas sobre a capacidade da empresa de atrair e reter talentos para sustentar sua estratégia de crescimento", disse o banco norte-americano em relatório a investidores.